O Tempo – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada pela Câmara de Betim para apurar o atraso da VLI – empresa que administra a Ferrovia Centro Atlântica – na execução de dez transposições na linha férrea que corta cidade, ouviu, nesta semana, comerciantes que se sentem prejudicados com a demora.
Agora o objetivo da CPI é convocar representantes da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) para debater o assunto.
Essas obras estavam previstas por uma resolução 4.131 da própria ANTT, de 2013, que determinou que a concessionária deveria investir R$ 930 milhões em obras de seguranças nos municípios cortados pela ferrovia. Em Betim, seriam R$ 130 milhões à época para fazer transposições (viadutos e trincheiras) nos pontos críticos. Esse valor, hoje, chegaria a R$ 184 milhões só para o município.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
O vereador e presidente da CPI, Paulo Tekim, ressaltou que a comissão tem buscado ouvir o maior número de envolvidos, incluindo a ANTT.
“Já identificamos que essas obras são extremamente necessárias para a cidade e que tem que ser buscadas junto a VLI, que é a responsável pela linha férrea. A empresa fala em fazer melhorias como cancelas, que são apenas paliativas e não resolvem o problema. Ouvimos nessa semana comerciantes que nos relataram de perdas com o trem parado impedindo o trânsito. Conheci pessoas que morreram na ambulância enquanto esperavam o trem passar. Isso não pode continuar”, informou Tekim.
Desde o início do seu primeiro mandato do prefeito Vittorio Medioli, a prefeitura cobra a realização dessas transposições.
Em nota, a VLI disse que as obras integravam uma proposta do governo federal de 2013 para melhorias em localidades, mas foi substituída em pagamentos em função de um acordo judicial do qual participaram o MPF, a ANTT e DNIT. A empresa alega que não tem autonomia na destinação do recurso.
Seja o primeiro a comentar