Mídia News (MT) – O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, minimizou as crítica feitas por ativistas contra a Ferrogrão. A expectativa é de que um grupo desembarque no País para tentar “enterrar” o projeto.
“Isso são jogos econômicos, interesses econômicos. O Brasil é campeão de sustentabilidade. Nosso problema era a logística e esse problema tem sido resolvido. Então, obviamente, aumenta a competitividade dos produtos e tem reação mundo a fora. Dizer que uma ferrovia impacta mais que uma rodovia é insano. Isso não fica de pé”, criticou, em entrevista à Rádio CBN Cuiabá.
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Com a construção da Ferrogrão, haverá drástica redução de movimento de caminhões carregados de soja na BR-163.
Ele ainda defendeu a construção da ferrovia estadual que irá ligar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde e a Cuiabá, afirmando que o Governo possui segurança jurídica para autorizar a obra e relembrando que a Assembleia Legislativa alterou a Constituição Estadual, permitindo ao Executivo lidar com ferrovias estaduais.
“O Governo do Estado não faz nada que não seja altamente estudado tecnicamente e juridicamente, exatamente para não perder tempo com problemas judiciais e técnicos. […] Esse trecho é estadual e vai ser ligado com a ferrovia federal em Rondonópolis”, afirmou.
“Como em tudo que você coloca em cima situações de grandes somas de dinheiro e desenvolvimento econômico, existem os lobbies contrários e a favor pelos interesses, mas não temos nenhuma preocupação [com insegurança jurídica]”, completou.
Miranda destacou que a realização da obra estadual, estimada em até R$ 15 bilhões, não só auxiliará na escoação da produção de Mato Grosso até o Porto de Santos (SP), a partir da conexão com a Malha Paulista, como também deve movimentar o setor da indústria.
“Vai movimentar e atrair mais indústrias, comércio, gerar empregos formais. São só benefícios para Mato Grosso. É a roda da economia que gira a favor da população e do Estado”, disse.
Fico e Ferrogrão
O secretário ainda salientou a importância de conclusão dos projetos das ferrovias federais que devem atender ao Estado. Além da Ferrogrão, Mato Grosso espera a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico).
Segundo ele, os dois modais ajudarão principalmente a baratear o frete não apenas para exportação, mas também para importação de produtos para o Estado.
“Essas ferrovias não vão só levar os nossos produtos para os portos para serem exportados. Elas vão trazer produtos também para Mato Grosso, diminuindo o frete. Hoje, já vem pela Ferronorte até Rondonópolis uma série de produtos, como materiais de construção, bebidas, insumos para agricultura…”, afirmou.
“A partir do momento que você tem várias opções de transporte, você tem a diminuição do frete, porque o que regula mercado é oferta e procura. […] Então, a gente espera que outras ferrovias que estão em vias de se viabilizarem aconteçam também para que a gente tenha mais opções para os nossos produtores”, completou.
O secretário está com toda a razão, de forma alguma ferrovia impactará mais do que a rodovia, em nenhum lugar do planeta. Muito pelo contrário, a ferrovia é o modo de transporte ideal para áreas como a Amazônia, onde se deseja ter um controle sobre a ocupação territorial. Por não comportar a figura dos aventureiros de toda sorte, que chegam por rios ou estradas e se acham no direito de se fazer o que bem entenderem, na ferrovia, por outro lado, todos os veículos que por ela circulam são conhecidos e o poder público tem todo o conhecimento sobre as ações que ali estão a se desenvolver. Isto sem falar também na sustentabilidade do transporte sobre trilhos, muito mais eficiente do que o transporte sobre pneus e asfalto que, diga se de passagem, é e continua sendo a cabeça de burro enterrada nesse nosso Brasil varonil…