Valor Econômico – O projeto do Trem Intercidades (TIC), que promete conectar o centro da capital paulista a Campinas, começa a avançar em agosto. No dia 16, será realizada a primeira audiência pública e, no dia 17, será aberta a etapa de consulta, que deve durar 90 dias. O governo paulista corre para realizar o leilão da concessão até a primeira metade de 2022, afirma Alexandre Baldy, secretário de Transportes Metropolitanos.
O TIC é um projeto bastante aguardado no setor. A previsão, ainda inicial, é que o contrato gere R$ 7 bilhões de investimentos, segundo ele. A ideia é fazer a licitação do trem em bloco, juntamente com a Linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Também poderá ser agregada ao pacote a Linha 10-Turquesa. “Pedimos para o BID [Bando Interamericano de Desenvolvimento, que está estruturando o projeto] estudar essa possibilidade”, afirmou.
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O TIC ainda depende da aprovação da renovação antecipada do contrato da MRS, concessionária que opera uma malha ferroviária federal. Em troca da prorrogação contratual de mais 30 anos, a companhia deverá fazer a segregação das linhas destinadas a carga e a passageiros – que hoje são compartilhadas. Embora o processo ainda não esteja concluído, o governo paulista avaliou que, como já há uma autorização para a obra, já é possível iniciar o processo.
O governo paulista também trabalha para entregar até 2022 obras pendentes da rede metroviária. Recentemente, o Estado fechou financiamento de US$ 550 milhões com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para garantir a expansão da Linha 2-Verde do Metrô.
Hoje, o trajeto vai da Vila Madalena (zona oeste da capital) até Vila Prudente (zona leste). A ideia é fazer uma ampliação até a Penha, onde haverá conexão com a Linha 1-Vermelha do sistema. A obra completa deverá exigir investimentos de R$ 6,5 bilhões. O objetivo é entregar 46% de execução da linha até 2022.
Ainda no ano que vem, o governo também quer iniciar ao menos uma primeira fase da operação do monotrilho da Linha 17-Ouro, que deverá conectar o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi, na zona Sul. “A obra está em andamento. Tivemos um atraso devido à judicialização, mas a previsão é entregar a construção em 2023. No próximo ano, deve começar a operação ao menos do primeiro trecho, entre Morumbi e Chucri Zaidan”, diz.
A gestão também firmou, nos últimos meses, um aditivo com a ViaMobilidade (formada por CCR e grupo Ruas) para expandir a Linha 5 -Lilás, com duas novas estações na zona Sul da cidade: M’Boi Mirim e Jardim Ângela.
A obra deverá exigir investimentos de R$ 2,5 bilhões, que serão incorporados às exigências da concessão. O aditivo já está fechado, mas ainda não foi definido como será o reequilíbrio da operação, que deverá ser feito por extensão do prazo. A gestão ainda vai analisar os projetos, recém-entregues pela concessionária.
Outra obra que tem avançado é a da Linha 6-Laranja, assumida pela espanhola Acciona no fim de 2020, após anos paralisada. A “linha das universidades”, como ficou conhecida, ligará a Brasilândia (zona Norte) até a região central, passando por diversas faculdades. Após a obra, o grupo irá operar a linha por mais 19 anos.
A Acciona, que adquiriu o contrato que era da antiga Move São Paulo (formada por Odebrecht, Mitsui, UTC e Queiroz Galvão), tem trazido sócios internacionais ao projeto. No início deste ano, a empresa fechou a entrada do fundo francês STOA na concessionária, com participação de 12,3%. Agora, o grupo Société Générale também deverá entrar no negócio. Procurada, a Acciona diz que qualquer alteração societária só será divulgada após as aprovações necessárias.
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