Desenvolvimento ferroviário cria pequenos ramais em indústrias do interior de SP

Trilhos na Vila de Paranapiacaba, que levam ao porto de Santos - Leo Giantomasi
Trilhos na Vila de Paranapiacaba, que levam ao porto de Santos - Leo Giantomasi

Folha de S. Paulo (Blog) – O crescimento do setor ferroviário no país, com a abertura de novas ferrovias e promessas de construção de outras nos próximos anos, tem feito com que surjam ramais ferroviários para ligar empresas à rede de trilhos.

O mais recente anúncio foi feito em Araraquara (a 273 km de São Paulo), onde a Randon prevê investimentos de R$ 40 milhões para ampliar sua unidade na cidade, incluindo a criação de um novo ramal.

O ramal é uma rota auxiliar —ou subsidiária— de uma linha-tronco e faz a interligação de uma indústria com a ferrovia, para permitir o escoamento de sua produção, normalmente até os portos.

Foi assim que as ferrovias se desenvolveram na segunda metade do século 19 no interior de São Paulo, por exemplo. Basta ver um mapa da época para confirmar como os ramais proliferavam conforme a linha férrea desbravava os municípios.

Criadas em sua maioria para atender aos interesses dos cafeicultores, as ferrovias iam até as fazendas para que as cargas de café fossem embarcadas.

No século 19 não havia caminhões ou outro meio de transporte que não fossem as mulas ou carroças. Os fazendeiros, quando viram a velocidade que ganhavam no escoamento de suas produções até o porto de Santos a partir da implantação dos trens, queriam um ramal em sua propriedade e, para isso, era comum pagarem todos os custos.

Por isso, a malha ferroviária paulista é altamente recortada, com curvas irregulares e traçado que até hoje dificulta a operação de grandes composições —embora melhorias estejam sendo feitas pela Rumo em razão da renovação antecipada dos contratos de concessão.

Em Araraquara, o investimento permitirá ganho de eficiência, fazendo com que os vagões fabricados na cidade paulista se desloquem diretamente na linha regular de transporte, segundo a Randon, reduzindo tempo e custos para os clientes.

O ramal terá 1,5 quilômetro de extensão e também funcionará como local de armazenamento da produção, antes de serem colocados para rodagem.

Em operação há três anos, a unidade de Araraquara produz, além de vagões ferroviários, linhas de semirreboques rodoviários.

Um outro exemplo está em Pindamonhangaba, onde há dois anos a concessionária MRS Logística e a Novelis, que fabrica bobinas de alumínio laminado, assinaram um contrato que previa um ramal na cidade do Vale do Paraíba.

O ramal, que integrou um pacote de expansão orçado em R$ 650 milhões, conecta a fábrica à linha da MRS, que atende os portos de Santos, Itaguaí (RJ) e Rio de Janeiro.

Apesar das dificuldades econômicas enfrentadas no país, a produção ferroviária teve crescimento de 4,6% no total de cargas transportadas entre janeiro e setembro, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).

O ramal em Pindamonhangaba tem 1,4 quilômetro de trilhos, incluindo duas linhas e um terminal externo de manobra.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sobre-trilhos/2021/12/desenvolvimento-ferroviario-cria-pequenos-ramais-em-industrias-do-interior-de-sp.shtml

2 Comentários

  1. As primeiras iniciativas Romanas e de povos iniciadores em pavimentações e construções de Estradas foi assim feitas ó : ” acompanhem o caminho feito pelos animais e pelos Primitivos que teremos definição de onde construiremos estradas seguras ,livres e encurtadoras de distâncias .” Hoje devemos ver escopos de Zonas de Produção e Zonas de Consumo …..e pronto .

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