Mobilidade Sampa – A população de São Paulo ganhou um novo ponto de parada na Linha 9-Esmeralda da CPTM. Junto à Marginal Pinheiros, a estação João Dias está sendo aguardada não apenas pela sua importância no sistema de transporte da capital paulista, mas também por ser um marco de parceria entre os setores público e privado. De forma inédita, a iniciativa privada doou o equipamento ao Governo do Estado de São Paulo, concluindo um projeto que beneficia os dois lados.
A obra foi realizada pela construtora Telar, escolhida por licitação pela Brookfield Properties, braço imobiliário da Brookfield Asset Management, gestora global de ativos com presença em mais de 30 países. A Brookfield Properties desenvolveu os projetos da estação em conjunto com a CPTM e foi responsável pelo gerenciamento da obra. A empresa é a proprietária das duas torres corporativas do Complexo 17007 Nações, ao lado da nova estação. A Brookfield investiu R$ 60 milhões na construção da João Dias, enquanto a CPTM, companhia estadual de transportes que administra a rede ferroviária, investiu na readequação das vias.
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“Esse modelo que viabilizou a estação João Dias é inédito no Brasil, mas a tendência de colaboração entre os setores público e privado vem se consolidando e deve crescer nos próximos anos, diante da crise fiscal e da necessidade de grandes investimentos em infraestrutura, sem que haja recursos públicos para tal fim. Existe uma convergência de interesses que favorece a implementação de novos projetos”, avalia Marco Botter, CEO da Telar.
Nova Estação João Dias
A nova estação faz parte da Linha 9 Esmeralda da CPTM (que liga a cidade de Osasco ao bairro de Grajaú, na capital paulista) e foi concluída em tempo recorde: as escavações começaram em meados de 2020, e as obras de engenharia evoluíram praticamente na sua totalidade no mesmo ano.
A obra realizada pela Telar inclui a edificação completa da estação, inclusive plataformas de embarque, passarelas de acesso e a ligação com os prédios da Brookfield, além de via aérea de tração, remanejamento de trilhos e outras intervenções. A entrada principal da estação fica na pista local da Marginal Pinheiros.
Para a implantação da obra, a Telar seguiu práticas adequadas ao entorno, às margens do rio Pinheiros, como o isolamento da ciclovia e o foco em atividades que poderiam ser realizadas em horários noturnos, além de ações de preservação ambiental, inclusive de roedores e aves que habitam o local.
Materiais contaminados pela poluição do rio Pinheiros foram erradicados. Até mesmo as obras subterrâneas seguiram as orientações de preservação do meio ambiente. Em 2020, a Telar já havia construído e entregue a Estação Francisco Morato da Linha 7-Rubi, última parada a ser incorporada à linha da CPTM até aqui.
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