Valor Econômico – A VLI, companhia logística que opera terminais, ferrovias e portos, investirá R$ 90 milhões para expandir os serviços do seu aplicativo de transporte rodoviário Trato. O objetivo é passar dos atuais 65 mil usuários para 100 mil no ano que vem. Em um prazo mais longo, a empresa almeja entre 600 mil e 700 mil usuários.
Em entrevista ao Valor, o presidente da VLI, Ernesto Peres Pousada Júnior, explica que a conquista de caminhoneiros será dada pela ampliação de produtos e serviços. “O aplicativo é baseado em três pilares que receberão nossos esforços de desenvolvimento.”
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O primeiro deles é o agendamento, que diferentemente dos concorrentes, permite aos clientes uma integração com os terminais da VLI. “O caminhoneiro consegue ver a posição online na fila dos terminais da empresa e também entra mais rápido no terminal. Somente nós podemos oferecer essa integração em toda cadeia, que eleva a eficiência”, conta o executivo.
Por enquanto, o Trato só mostra ofertas de frete de grãos e açúcar para terminais da VLI, mas a tecnologia permite qualquer rota de qualquer produto. “Queremos focar nos ativos e na expertise da VLI, mas futuramente podemos ampliar o serviço para fretes rodoviários em geral”, afirma Pousada.
Pesquisa feita pela empresa mostrar que, no transporte de grãos, por exemplo, o caminhão fica parado de 20% a 50% do tempo de uma viagem, aguardando processos de carregamento, descarregamento e emissão de documentos”, explica. “Queremos facilitar a vida do caminhoneiro e agilizar os processos.”
O segundo pilar que receberá os investimentos é na conquista de prestadores de serviços aos motoristas. O Trato Care, descreve Pousada, oferece descontos em oficinas de manutenção, lojas de autopeças e serviços essenciais, como alimentação e saúde, incluindo consultas médicas e dentistas.
Por fim, o Trato Log é a parte do aplicativo que gerencia o transporte rodoviário de forma digital para o caminhoneiro, com serviços de planejamento da demanda, agendamento, consulta de viagem, emissão de documentos, gestão de pagamento dentre outros.
Pelo modelo de negócios, o Trato recebe um percentual dos serviços oferecidos e um fee das empresas que oferecem o frete. Diante do gigantismo da VLI, a plataforma ainda é um traço na receita da empresa, mas tende a crescer. “O setor ferroviário vai passar por uma expansão forte nos próximos anos, mas as rodovias continuarão como uma perna importante do transporte. ”
A Trato nasceu há dois anos como uma área de negócios da VLI que, na ocasião, não enxergou nas plataformas existentes um serviço com foco nos caminhoneiros e que pudesse fazer a integração multimodal. Nesse período recebeu R$ 50 milhões em investimento e promoveu mais de 500 mil viagens. “Nossa conquista é ter 96% dos caminhoneiros satisfeitos com o serviço”, afirma Pousada.
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