Valor Econômico – As ferrovias ampliaram sua participação nas exportações dos principais produtos agrícolas, em 2021, segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
No ano passado, 46,4% da soja exportada pelo Brasil chegou aos portos brasileiros por meio de ferrovias, o que representa aumento de 10,4% em comparação com 2020. Esse avanço também foi registrado nas exportações de outras cargas de peso, como o milho, em que houve alta de 7,9% na participação do modal ferroviário, e em açúcar, que teve aumento de 2,1%.
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Apesar desse ganho, o volume total de granéis agrícolas transportados nas ferrovias caiu 3,1% em 2021 – redução decorrente de eventos como a quebra de safra do milho e problemas climáticos que impactaram o setor.
Para Fernando Paes, diretor-executivo da associação, o ganho de participação do modal ferroviário é uma tendência que está apenas no início, e que deverá ganhar tração com os novos projetos em construção. “Teremos alguns corredores para ampliar o mercado de grãos, como a extensão da Malha Norte até Lucas do Rio Verde (MT), a Fico [Ferrovia de Integração Centro Oeste], futuramente a ampliação da Fiol [Ferrovia de Integração Oeste Leste]. É uma tendência irreversível, que deverá reparar uma questão histórica”, afirma.
Os números de 2021 já refletem em parte o efeito de novos investimentos no setor, com o tramo central da Norte-Sul em operação e alguns investimentos iniciais na Malha Paulista, que ampliaram a produtividade, diz. Porém, os investimentos em curso deverão proporcionar um salto.
No caso das exportações de minério de ferro, em que a participação do modal ferroviário já é dominante, as ferrovias representaram 93,8% do que chegou aos portos, praticamente empatado com o ano anterior (98,9%). Já os volumes transportados pela indústria siderúrgica tiveram um aumento de 4,1% no ano.
No consolidado de 2021, as operadoras de ferrovias do país encerraram o ano com uma movimentação 1,7% maior, na comparação com 2020 “É um sinal de resiliência do setor, que passou pelo segundo ano de pandemia com crescimento, apesar do cenário econômico e de episódios pontuais como a quebra da safra de milho”, afirma Paes.
Entre os segmentos cuja movimentação mais avançou no ano estão o de combustíveis, que teve alta de 14,5%, e o de celulose, com aumento de 12%.
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