Governo de SP apura se ainda há vazamento de esgoto no túnel da Linha 6-Laranja do Metrô após acidente abrir cratera na Marginal Tietê

Cratera que se abriu nas obras na Linha 6-Laranja do Metrô na Marginal Tietê é completamente fechada com concreto — Foto: Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
Cratera que se abriu nas obras na Linha 6-Laranja do Metrô na Marginal Tietê é completamente fechada com concreto — Foto: Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

G1 – O governo de São Paulo apura se o nível de esgoto no túnel da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo voltou a subir e se o vazamento em galeria, que abriu uma cratera na Marginal Tietê no dia 1°, persiste.

A Secretaria de Transportes Metropolitanos e a Sabesp afirmaram nesta sexta-feira (11) que técnicos foram enviados para acompanhar os trabalhos de bombeamento no local do acidente.

A drenagem para retirada do esgoto e liberação do tatuzão é feita pela empresa espanhola Acciona, por meio da Concessionária Linha Universidade (Linha Uni), responsável pelas obras do metrô.

No início da semana, conforme informou o g1, o tatuzão continuava danificado, alagado e preso dentro de um poço de ventilação do lugar.

O tatuzão, equipamento responsável pela escavação dos túneis, ficou comprometido depois de ter sido atingido pelo vazamento do esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A tubulação com água suja rompeu e o tatuzão ficou submerso.

Novas peças do tatuzão deverão vir do exterior para substituir as que quebraram. Não há expectativa de quando isso irá ocorrer e nem o custo do reparo.

Outro tatuzão, que faz o setor sul da obra, também está parado em razão do acidente, mas não há confirmação se ele foi atingido.

Além de inundar o poço, o rompimento da tubulação de esgoto da Sabesp também cedeu parte do asfalto da pista local da Marginal Tietê, sentido Rodovia Ayrton Senna, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó. Ninguém se feriu no acidente.

Segundo o Corpo de Bombeiros, dois funcionários da obra acabaram socorridos e medicados por precaução depois de terem tido contato com água contaminada que jorrava do cano. Os demais empregados conseguiram fugir e nenhum veículo caiu na cratera. O buraco acabou sendo concretado dias depois.

Mesmo assim, desde então, um trecho da Marginal Tietê foi interditado para o trânsito de veículos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A liberação total da via deverá ocorrer em 31 de março, segundo as autoridades.

Nesta segunda-feira (7), a Prefeitura abriu a nova pista emergencial. A nova pista de rolamento faz a conexão da Rua Aquinos com a pista local da Marginal Tietê (Av. Embaixador Macedo Soares), no sentido Ayrton Senna.

As obras da Linha 6-Laranja do Metrô ocorrem por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) firmada entre o governo de São Paulo e a Acciona, através da Linha Uni, que ganhou licitação em 2019 para dar continuidade às obras previamente interrompidas do metrô. O contrato de R$ 15 bilhões prevê a aquisição de 22 trens e o direito de operação e manutenção da linha por 19 anos.

Na semana passada, A Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) havia informado que abriria uma auditoria para apurar as causas e eventuais responsabilidades pelo rompimento do duto de esgoto.

Na ocasião, por meio de nota, a Sabesp informou que ela e a Secretaria de Transportes Metropolitanos acompanham o andamento dos trabalhos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), contratado para apurar os fatos e as causas do acidente.

Também por nota, a Acciona informou que aguarda a conclusão das apurações sobre as causas do acidente para depois se pronunciar. “As causas do incidente estão em apuração”, informa o comunicado da empresa espanhola logo após o acidente.

O rompimento do cano de esgoto aconteceu quando o tatuzão passava cerca de três metros abaixo. O trecho do asfalto que cedeu estava junto ao poço de ventilação entre as futuras estações Santa Marina e Freguesia do Ó, da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. A escavação na região começou a ser feita em 2021 pelo equipamento.

20 metros de distância
Nesta segunda, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema) e outros profissionais ligados à Sabesp emitiram uma nota afirmando que o tatuzão deveria estar a pelo menos 20 metros de distância do supertúnel de esgoto. Segundo eles, o tatuzão atingiu a tubulação, rompeu o duto e provocou o acidente.

O secretário dos Transportes Metropolitanos, José Galli, sugeriu que o solo não teria suportado o peso da tubulação de esgoto e cedeu originando a cratera. Ainda de acordo com Galli, essa tubulação passava 3 metros acima de onde estava escavando o tatuzão, mas não teria sido impactada pelo equipamento.

Por meio de nota, a concessionária Linha Uni não deu detalhes do acidente e se limitou a informar que houve o rompimento de uma coletora de esgoto próxima ao Poço Aquinos, que funcionará como canal de ventilação e saída de emergência da Linha 6-Laranja, e que as medidas de contingência do problema já foram tomadas.

Ainda na semana passada, a Sabesp também só informou que o houve rompimento de uma supertubulação de esgoto, o chamado ITI-7, que tem aproximadamente 7,5 km de extensão, 3,4 m de largura e 2,65 m de altura – explicando a grande quantidade de água suja que tomou o túnel do metrô – e faz parte do projeto de despoluição do rio Tietê.

MP e TCE
O Ministério Público (MP) apura as causas e eventuais responsabilidades pelo rompimento. A Promotoria informou que irá apurar também a extensão dos danos urbanísticos e ambientais decorrentes do acidente.

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) deu o prazo de 30 dias para a Secretaria de Transportes Metropolitanos e Acciona apontarem as causas do acidente e informarem qual será o tempo de atraso para entregar a obra.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/02/11/governo-de-sp-apura-elevacao-em-nivel-de-esgoto-no-tunel-da-linha-6-laranja-do-metro-apos-acidente-abrir-cratera-na-marginal-tiete.ghtml

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*