ViaMobilidade tem início atribulado à frente das linhas 8 e 9

Trem da ViaMobilidade: começo difícil (Jean Carlos)
Trem da ViaMobilidade: começo difícil (Jean Carlos)

Metrô CPTM – Com menos de 20 dias à frente da operação e manutenção das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, a ViaMobilidade já acumula uma longa lista de problemas logo no início da concessão dos ramais que pertenciam à CPTM.

A concessionária, controlada pelo grupo CCR, assumiu definitivamente os dois ramais no dia 27 de janeiro com a promessa de melhorias expressivas durante os 30 anos de concessão.

A empresa não é exatamente uma novata no transporte sobre trilhos embora tenha uma identidade jurídica própria. Os sócios da ViaMobilidade estão à frente de outros ramais como a Linha 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô de São Paulo e também do Metrô de Salvador, entre outros.

Por isso, esperava-se menos atribulações frente ao desafio de gerenciar duas linhas de trens metropolitanos que compartilham uma infraestrutura bem mais antiga e deficiente que a da Linha 4, por exemplo.

Fato é que os usuários dos dois ramais têm reclamado com uma incômoda frequência durante as quase três semanas que a ViaMobilidade está sozinha na operação. Seja por atrasos ou irregularidade nos intervalos, passageiros enfrentam dificuldades a ponto de até mesmo a CPTM divulgar em suas redes sociais que não é mais responsável pelas duas linhas, tamanha a quantidade de queixas.

Logo no início de fevereiro, falhas de sinalização afetaram a circulação dos trens em ambos os ramais, causando lotação em plataformas.

Na segunda-feira, 7, a Linha 8-Diamante apresentou lentidão entre as estações Itapevi e Barueri, o que fez com que os trens circulassem em intervalos imensos causando lotação. A causa teria ocorrido na alimentação de energia do ramal.

Uma semana depois foi a vez de a Linha 9-Esmeralda passar por um grave problema após um novo problema na alimentação elétrica no domingo, 13. No dia seguinte, o ramal amanheceu com a operação suspensa entre Grajaú e Jurubatuba, regiões onde há grande demanda de usuários.

Segundo a ViaMobilidade, “às 7h15 ocorreu uma explosão no cabo de alimentação que leva energia para a rede área, na região da Estação Autódromo”. Um vídeo gravado por um vizinho de uma subestação da Linha 9 mostra os cabos pegando fogo.

Falhas aumentaram, segundo registros independentes
Embora não exista uma base de dados pública sobre a quantidade de falhas, o site Direto dos Trens mantém o registro diário da operação das linhas metroferroviárias de São Paulo. Nele é possível constatar que a Linha 9 havia passado por uma anormalidade apenas em outubro de 2021, ainda quando a CPTM operava o ramal.

No dia 4 de janeiro deste ano, houve um problema, momento em que a ViaMobilidade operava a Linha 9, mas sob acompanhamento da CPTM. Já em 11 de janeiro a queda de uma viga-trilho das obras da Linha 17 interrompeu por algumas horas a circulação de trens entre Morumbi e Berrini, apenas por precaução.

A partir do dia 30 de janeiro, três dias após a ViaMobilidade assumir o ramal em definitivo, em cinco ocasições ocorreram falhas significativas na Linha 9-Esmeralda.

Em relação a Linha 8, houve registros do site nos dias 14, 21 e 22 de janeiro, quando a operação era feita pela ViaMobilidade com supervisão da CPTM, e nos dias 7 e 14 de fevereiro, já sob responsabilidade apenas da concessionária.

Relacionar diretamente o aumento dos incidentes na operação apenas à operação privada é, entretanto, algo precipitado. A ViaMobilidade certamente não é uma iniciante, como comentamos acima, e foi alertada pela CPTM dos diversos gargalos de infraestrutura das duas linhas.

Um deles envolveria a baixa disponibilidade de energia na Linha 9, o que torna a operação bastante precária em caso de falha, uma situação bastante diferente do Metrô, que possui uma infraestrutura mais preparada para imprevistos. Resta saber se faltou preparo para lidar com os problemas ou se a empresa teve um imenso azar logo de início.

As dificuldades a serem enfrentadas pela concessionária pareciam de conhecimento do presidente da ViaMobilidade, Francisco Pierrini. Em entrevista à Rede Globo, logo no início da gestão integral, o executivo enumerou os desafios a serem enfrentados.

“Os novos trens deverão chegar e operar com sistema de energia capaz de suportá-los, um sistema de sinalização capaz de poder diminuir os intervalos, aumentar a velocidade, dar maior conforto. O sistema de via também tem que sofrer um investimento forte para dar estabilidade em todo esse processo”, explicou, como se já prevesse o que viria pela frente.

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/viamobilidade-tem-inicio-atribulado-a-frente-das-linhas-8-e-9/

1 Comentário

  1. O presidente Francisco Pierrini, é oriundo da CPTM. Tem grande conhecimento quanto ao funcionamento das linhas 8 e 9.
    Creio que ainda seja muito cedo para uma análise mais profunda ou critica ao funcionamento do sistema. Ele é muito competente e tem vasta experiência no modal ferroviário. Quando os novos colaboradores estiverem plenamente adaptados ao sistema, esta empresa começara a coletar bons frutos, e poderão prestar um serviço de excelência aos usuários da zonas oeste e sul de São Paulo.

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