
Otimismo com a expansão ferroviária precisa vencer o desafio de implementar linhas privadas sem recurso público
Desde que o programa de autorizações ferroviárias Pro Trilhos foi lançado, no dia 2 de setembro do ano passado, os pedidos para construção de novas ferrovias não param de chegar no Ministério da Infraestrutura. Até o fechamento dessa edição, 78 já estavam protocolados, somando 20,33 mil km de extensão e estimativa de investimentos de quase R$ 240 bilhões. Deste total, 27 projetos de 15 empresas receberam o sinal verde para seguirem adiante integralmente com recursos privados, sem nenhum tipo de aporte do governo.
A chegada de requerimentos geralmente é comemorada em eventos oficiais e nas redes sociais do governo. Somente no dia do lançamento do Pro Trilhos, foram recebidas 10 solicitações de trechos de empresas. Na ocasião, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que as medidas adotadas pelo governo federal no setor iriam promover a maior revolução ferroviária dos últimos anos. “Estamos celebrando a nossa independência logística. A gente está celebrando o resgate do módulo ferroviário. Fico feliz de ver o desenvolvimento ferroviário que nós teremos nos próximos anos”, ressaltou na ocasião.
Os números do Pro Trilhos, de fato, são surpreendentes em termos de quantidade de pedidos e de previsão de recursos. Demonstram, a rigor, o quanto as ferrovias são necessárias ao país, e como isso está sendo observado, inclusive, e, principalmente, por empresas de fora do setor ferroviário. Mas a relação entre fazer um pedido e construir uma linha férrea totalmente privada não é tão óbvia, avaliam especialistas.
Seja o primeiro a comentar