Estadão (Blog) – A Cosan pediu a investidores que detêm US$ 750 milhões em bonds que vencem em 2029 autorização para mudar a titularidade desses papéis para uma de suas subsidiárias financeiras fora do Brasil. Os títulos pagam juro anual de 5,5%. A mudança pedida decorre da reorganização societária feita no ano passado, por meio da qual a Cosan Limited, emissora dos bonds, deixou de existir.
A Cosan anunciou a intenção no exterior ontem e ofereceu um prêmio de US$ 1,25 para cada US$ 1 mil bonds que forem submetidos à proposta. O período para adesão à solicitação expira no dia 29.
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A Cosan não indica qual de suas subsidiárias deseja apontar como nova emissora dos bonds, mas informa que seguirá sendo garantidora de tal dívida. A companhia precisa da aprovação de um número de investidores que representem a maioria do volume em circulação para alterar a titularidade.
Um dos efeitos da mudança de titularidade do emissor de um bond é a redução de seu endividamento e, potencialmente, a criação de um espaço no seu balanço para tomar um novo empréstimo. Mas, nesse caso, como a substituição envolverá somente o veículo no exterior emissor, a Cosan S.A, a holding criada na reorganização, os bonds seguirão em seu balanço.
Rating
Recentemente, a empresa anunciou captação de R$ 1,5 bilhão em debêntures, que terão os recursos direcionados a aquisições feitas. As debêntures receberam rating AAA pela Fitch, que justificou a nota à atividade diversificada e liderança nos segmentos importantes nos quais a companhia atua.
A Fitch afirma ainda que a nota incorpora a expectativa de que o grupo reportará uma robusta geração de fluxo de caixa, preservará forte liquidez e alavancagem líquida abaixo de 3,0 vezes, à medida que a capacidade de geração de fluxo de caixa das subsidiárias Rumo e Compass Gás e Energia melhore, e a Raízen e Raízen Energia e a Companhia de Gás de São Paulo paguem significativos dividendos ao grupo.
Entre os principais acordos de fusão e aquisição recentes do grupo está a compra dos 51% da Gaspetro pertencentes à Petrobras, por mais de R$ 2,03 bilhões. Procurada, a Cosan, que está em período de silêncio, não comentou.
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