Valor Econômico – A mineradora Vale fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 23,046 bilhões, uma queda de 24,6% na comparação com igual período do ano passado.
A receita operacional líquida da companhia foi de R$ 56,719 bilhões, um recuo de 17,5% frente ao primeiro trimestre de 2021, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 29,9% na mesma comparação, para R$ 32,665 bilhões.
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Em dólar, o lucro líquido da empresa somou US$ 4,458 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 19,6% frente a igual período do ano passado. O resultado ficou em linha com a estimativa média de US$ 4,439 bilhões compilada pelo Valor junto a quatro instituições financeiras.
A receita líquida de vendas, de US$ 10,812 bilhões, ficou abaixo da estimativa média de US$ 11,416 bilhões. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em US$ 6,374 bilhões, contra uma projeção média de US$ 6,475 bilhões dos analistas ouvidos.
Sazonalidade
A Vale ressaltou que as principais razões para a queda no lucro foram a sazonalidade já esperada do Ebitda e os maiores resultados financeiros do período outubro-dezembro de 2021.
A empresa informou ainda que essas diferenças foram parcialmente compensadas pelo impacto positivo de R$ 5,6 bilhões do contrato vinculante para venda das operações de minério de ferro e manganês do Centro-Oeste e pelas provisões para descaracterização de barragens e Fundação Renova registradas no quarto trimestre do ano passado.
A empresa investiu no primeiro trimestre US$ 1,1 bilhão em projetos de crescimento e manutenção, US$ 615 milhões abaixo do quarto trimestre, devido a maior intensidade dos projetos durante a estação mais seca no fim do ano.
A dívida líquida expandida aumentou para US$ 19,4 bilhões devido, principalmente ao efeito da valorização do real sobre os compromissos denominados em moeda local, parcialmente compensado pelos ganhos de marcação a mercado nas posições de hedge cambial.
No balanço do primeiro trimestre, divulgado hoje, a companhia informou que o conselho de administração aprovou uma mudança na “alavancagem ótima”, que passou de US$ 15 bilhões para um “range” entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, sob o conceito de dívida líquida expandida.
“Essa decisão reflete a gestão proativa do passivo realizado nos últimos meses sem amortizações financeiras relevantes até 2024, um aumento sustentável em nossa capacidade de produção e uma gestão de custos e investimentos muito disciplinada”, frisou a empresa.
Preços
O preço médio realizado pela Vale na venda e finos de minério de ferro no primeiro trimestre ficou em US$ 141,4 por tonelada. O valor foi menor que os US$ 157,2 por tonelada do primeiro trimestre do ano passado, mas ficou acima dos US$ 107,2 por tonelada do quarto trimestre de 2021.
No balanço do primeiro trimestre, divulgado hoje, a Vale informa que o preço de referência para o minério com 62% de teor de ferro foi de US$ 141,6 por tonelada.
Ainda no comunicado sobre o desempenho do trimestre, a Vale informou que a estimativa para o custo caixa C1 – custo do minério da mina ao porto — para os finos de minério de ferro fique entre US$ 18,5 e US$ 19 por tonelada este ano.
A projeção exclui compra de terceiros e considera um câmbio médio de R$ 5 e uma cotação do barril de petróleo do tipo Brent de US$ 100.
ADRs
Os recibos de ações (ADRs) da Vale têm alta de 5,18% no pós-mercado da bolsa de Nova York após a mineradora reportar os resultados do primeiro trimestre. Os papéis sobem a US$ 17,28, após fecharem em alta de 5,06% no pregão regular, cotados a US$ 16,40. O volume financeiro somou US$ 60,2 milhões, acima do movimentado ontem.
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