Valor Econômico – A Vale fechou o primeiro trimestre com produção de minério de ferro de 63,9 milhões de toneladas, uma queda de 6% na comparação com igual período do ano passado. Já a produção de pelotas subiu 10,1% na mesma comparação, para 6,924 milhões de toneladas.
No comunicado enviado ao mercado, a mineradora ressaltou que a queda na produção de minério — no primeiro trimestre de 2021 a produção havia sido de 68 milhões de toneladas — se deveu à menor disponibilidade de “run of mine” (ROM) e à maior necessidade de processar estéril em Serra Norte, dado os atrasos de licenciamento; à maior relação de estéril/minério e interferência devido à presença de estéril jaspilito no corpo mineral no S11D, no Pará, e à instalação de dois novos britadores primários para processar o jaspilito; à interrupção durante quatro dias da Estrada de Ferro Carajás devido às fortes chuvas em março; e o impacto das chuvas em Minas Gerais em janeiro, interrompendo temporariamente as operações dos Sistemas Sul e Sudeste, e também impactando a disponibilidade de compra de minério de terceiros.
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Segundo a companhia, essas questões foram parcialmente compensadas pela melhoria da capacidade de produção dos Sistemas Sul e Sudeste, após o comissionamento e retomada de vários ativos ao longo de 2021.
A Vale divulgou ainda que a venda de minério de ferro excluindo o Sistema Centro-Oeste foi de 63,1 milhões de toneladas, 6,5% abaixo do primeiro trimestre do ano passado. No começo do mês, a empresa anunciou a venda do Sistema Centro-Oeste para a J&F Mineração.
A produção de carvão da companhia subiu 87,5% no primeiro trimestre, para 2 milhões de toneladas.
Vendas de minério
As vendas de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre somaram 53,6 milhões de toneladas, uma queda de 9,6% na comparação com igual período do ano passado. Já as vendas de pelotas subiram 11,8% na mesma comparação, para 7 milhões de toneladas.
Os volumes de vendas de finos e pelotas de minério de ferro totalizaram 60,6 milhões de toneladas entre janeiro e março, com um prêmio de US$ 9,0 por tonelada, um aumento de US$ 4,3 por tonelada em comparação ao quarto trimestre do ano passado devido ao maior spread entre os índices 65% Fe e de minério de baixa alumina versus o índice 62% Fe referência; e à melhor qualidade do mix de produtos, à medida que alguns minérios de alta sílica estão sendo concentrados em plantas de beneficiamento chinesas antes da venda final.
As vendas de carvão entre janeiro e março somaram 1,8 milhão de toneladas, uma alta de 77,8% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
As vendas de níquel da companhia nos três primeiros meses do ano foi de 39 mil toneladas, uma queda de 18,8%, causada principalmente devido à menor produção e a uma estratégia de estoque para cobrir os compromissos de vendas durante o período de manutenção planejada em Sudbury, no segundo trimestre.
No cobre, as vendas somaram 50,3 mil toneladas, queda de 29,4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Cobre
A produção de cobre no primeiro trimestre caiu 26% na comparação com igual período do ano passado, para 56,6 mil toneladas.
Segundo a companhia, a redução foi causada em grande parte pela menor produção em Sossego, que operou por 24 dias durante o trimestre, devido à manutenção programada no moinho SAG. A manutenção, originalmente programada para ser concluída no primeiro trimestre, está agora planejada para ser concluída em meados de maio.
“A produção de Salobo foi relativamente estável, apesar da manutenção corretiva dos revestimentos do moinho durante o trimestre”, disse a companhia, acrescentando que a produção de cobre como subproduto foi menor em linha com a produção de níquel das operações no Canadá.
Devido à necessidade de manutenção adicional não planejada em Sossego, a empresa espera que a produção de cobre esteja mais próxima do limite inferior do guidance de 330 mil a 355 mil toneladas em 2022.
Níquel
A produção de níquel no primeiro trimestre caiu 5,4% na comparação com igual período do ano passado, para 45,8 mil toneladas métricas.
Segundo a empresa, o primeiro trimestre teve o impacto do “ramp-up” das minas de Sudbury, no Canadá, após a paralisação do trabalho; o impacto remanescente do incidente na mina Totten; o ramp-up do projeto de expansão de Voisey’s Bay, também no Canadá; e a manutenção não programada do forno elétrico de Onça Puma.
Estes efeitos foram parcialmente compensados por uma maior produção de minérios provenientes de PTVI e Thompson e um maior “feed” de terceiros. “O ‘feed’ de terceiros está planejado para aumentar nos próximos trimestres a fim de maximizar nossa utilização das operações downstream durante um período de transição entre a exaustão da mina Ovoid e a produção plena do projeto subterrâneo em Voisey’s Bay”, disse a Vale.
Apesar disso, as minas de Sudbury atingiram taxas pré-greve em fevereiro com a retomada das operações da mina Totten no trimestre. Além disso, Onça Puma manteve um desempenho semelhante trimestre contra trimestre.
A mineradora acrescentou que, como resultado, espera que a produção de níquel este ano esteja em linha com o guidance de 175 mil a 190 mil toneladas.
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