Valor Econômico – A regulação do mercado de carbono está sendo discutida no Congresso por meio do Projeto de Lei nº 528, em trâmite na Câmara dos Deputados desde o ano passado. A perspectiva em relação ao texto, de acordo com especialistas, é boa entre ambientalistas e empresas do setor.
Plínio Ribeiro, CEO da Biofílica/Ambipar, organização especializada em projetos de conservação de florestas nativas a partir da comercialização de serviços ambientais, acredita que a economia de compra e venda de carbono poderá elevar o patamar do país em termos de preservação ambiental. “A lei não cria mercado. Mas é o primeiro passo, pois deixará tudo mais claro e transparente. Aguardamos há mais de uma década por essa regulação”, afirma Ribeiro.
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“As fontes de financiamentos estão por aí, via mercado de capitais. O Brasil pode vir a ser um grande ofertante de carbono. No entanto, para isso acontecer é preciso que os governos de todas as instâncias incentivem as empresas a fazerem ações robustas de descarbonização e empenhem muita diplomacia, para que possamos atrair os investimentos internacionais”, afirma.
A Carbonext, empresa que presta consultoria a proprietários de terras que desejam obter lucros com áreas verdes preservadas, por meio da venda de créditos de carbono, aposta no crescimento do mercado após a regulamentação.
“Nosso propósito como organização, desde o primeiro dia, sempre foi contribuir para barrar as mudanças climáticas”, diz Janaína Dallan, co-CEO da empresa. “E descobrimos que podemos fazer isso gerando recursos através da preservação”, acrescenta Luciano Correa da Fonseca, também co-CEO.
A empresa trabalha com o cálculo de que cada crédito de carbono pode ser vendido por cerca de US$ 15. E uma floresta em pé geraria, em média, três créditos de carbono por hectare.
De acordo com os sócios, ao criar projetos, a Carbonext, além do mapeamento da área verde para cálculo do potencial gerador de créditos, considera as condições das comunidades da área e suasnecessidades. “Em muitos locais não há nem água potável, então 30% dos recursos gerados são destinados a esse tipo de melhoria”, afirma Fonseca. Dallan acrescenta que o objetivo é acelerar a transição rumo à economia sustentável de longo prazo. “E para isso temos que combater a pobreza”, complementa.
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