O Tempo (MG) – O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) confirmou, na tarde desta quarta-feira (24), que o metrô de Belo Horizonte está de greve, a partir da meia-noite desta quarta-feira (24). A paralisação acontece por causa da aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) das condições para a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em Belo Horizonte.
A paralisação já havia sido aprovada em assembleia da categoria realizada na última segunda-feira (22). Segundo Daniel Glória Carvalho, presidente do sindicato que representa os metroviários, a consequência da privatização será a demissão de quase 1,6 mil funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) que atuam em Minas Gerais.
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“Nós acompanhamos o julgamento do TCU aqui em Brasília e, como já haviamos deliberado na assembleia realizada na última segunda-feira, a partir de quinta-feira agora não haverá trens rodando. Será uma paralisação total do serviço do metrô até a realização de uma nova assembleia para deliberação da categoria”, disse o dirigente sindical.
CBTU tenta escala mínima
Em nota, a CBTU informou que vai acionar a Justiça para garantir uma escala mínima no transporte público. “A Companhia informa que está tomando todas as medidas administrativas e judiciais possíveis, incluindo pedido de liminar, a fim de garantir a manutenção do serviço de transporte sobre trilhos à população da Região Metropolitana de Belo Horizonte”, diz o trecho do comunicado enviado à imprensa.
Empregos em jogo
Desde o início da discussão a respeito da privarização do metrô, a preocupação dos funcionários é quanto a garantia dos empregos, que deixariam de existir. Durante o julgamento que autorizou a desestatização da CBTU, o ministro Vital do Rego, relator do processo, garantiu que os funcionários teriam uma estabilidade de 12 meses a partir do momento que forem absorvidos na empresa que vai assumir o transporte sob trilhos.
Mas para os servidores, isso é muito pouco diante do iminente fim dos cargos públicos. “Foi o pior cenário possível. Queriamos pelo menos abrir uma negociação e aumentar o tempo estabilidade, mas não houve essa possibilidade”, garante um funcionário ouvido pela reportagem.
Entenda
O projeto de privatização do metrô de BH prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões para a estrutura atual e para a construção da linha 2, que atenderá à região do Barreiro. O governo federal será o principal responsável pelo aporte, com R$ 2,8 bilhões.
O governo de Minas vai arcar com R$ 430 milhões nesse mesmo projeto. Os recursos são fruto do acordo junto à Vale pela reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Os demais valores serão de responsabilidade da empresa que arrematar o metrô.
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