Prefeitura anuncia planos de levar o modal para outras regiões da cidade, mas não faltam desafios
A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou, em julho, que pretende dar início a uma grande mudança no sistema de mobilidade da cidade. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, apresentou um plano de expansão do sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) a outras áreas além do Centro e da Região Portuária, onde há três linhas em operação atualmente. Uma das propostas é ligar os bairros da Gávea a Botafogo, na Zona Sul, em parceria com a iniciativa privada, em um trajeto que se sobrepõe a um projeto de linha metroviária, que nunca saiu do papel. A outra é substituir o sistema BRT (Bus Rapid Transit), que opera principalmente nas zonas Oeste e Norte do Rio e que enfrenta uma série de problemas. Se concretizados, o Rio poderá ter a maior malha de VLT das Américas, segundo a Prefeitura, com 251 quilômetros de extensão e 500 mil passageiros/dia.
Mesmo com uma lista de estudos a serem realizados, a prefeitura apresentou um cronograma que prevê o início da operação do primeiro trecho, que cortará a Zona Sul, em 2025. Já a substituição dos veículos nos corredores Transcarioca e Transoeste do BRT acontecerá ao longo de 15 anos. Especialistas em mobilidade, no entanto, afirmam que há muitas questões a serem equacionadas para que os projetos não naufraguem. Da falta de um estudo detalhado de demanda que aponte a viabilidade e a adequação dos projetos à inexistência de um plano efetivo de mobilidade, que evite a competição entre os diferentes modais, eles apontam que será preciso uma ampla discussão para que as iniciativas prosperem. Entre os desafios estão a criação de uma política tarifária que desonere o usuário, a definição de garantias claras para atrair parceiros da iniciativa privada e até mesmo soluções que mitiguem a falta de segurança pública nas áreas cortadas pelo BRT.
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