Valor Econômico – O consumo de aço na America Latina caminha para fechar o ano acima de 72 milhões de toneladas, apesar de uma leve queda na comparação com 2021, de acordo com a Associação Latino-americana de Aço (Alacero).
O ano passado foi recorde em produção, vendas e consumo aparente. Apenas o Brasil respondeu por 26,3 milhões de toneladas, melhor resultado desde 2013.
Para 2023, o PIB da região está estimado em 2%, devido ao aumento das taxas de juros para compensar a inflação e o contexto de menor crescimento global, com crise energética na Europa e desaceleração da economia da China. O consumo aparente deve se manter estável ao de 2022.
“O crescimento regional foi possibilitado por preços recordes de commodities e por pressões inflacionárias que levaram os bancos centrais a aumentar as taxas de juros. No entanto, as expectativas do mercado apontam para uma desaceleração econômica em 2023, além dos múltiplos desafios da indústria, sendo a sustentabilidade o maior deles”, disse Alejandro Wagner, diretor-executivo da Alacero, em comunicado.
A produção de aço bruto na região ficou 2,3% abaixo do primeiro semestre de 2021 e caiu 3,1% ante o segundo semestre do ano passado. Os principais países produtores registraram baixa: Chile (-14,1%), Peru (-10,1%), Brasil (-2,8%), México (-1,2%) e Colômbia (-0,6%). A Argentina tene crescimento de 4,1%.
Em aço laminado, o desempenho ficou 1,4% abaixo do primeiro semestre de 2021 e 0,4% inferior ao segundo. Os principais resultados negativos vieram foram Chile (-19,9%); Brasil (-9,2%); Argentina (-4,5%) e Colômbia (-2,3%). O Peru teve leve alta de 0,3%, enquanto o México continua crescendo, com 13,6%.
“Cada país tem suas peculiaridades no desempenho da indústria, mas, de forma geral, a crise internacional ocasionada pela guerra da Rússia se mostrou mais longa do que o esperado. Por isso, a tendência é que o consumo continue baixo até 2023”, disse Wagner.
Sobre o Brasil, que representa de 55% da produção de aço na região e tem o maior mercado, a Alacero indica que a desaceleração da atividade se deve ao aperto da política monetária e alta dos custos na construção.
Na utilização de aço pela indústria automotiva, se projeta uma expansão de aproximadamente 4%, apesar dos problemas de abastecimento de chips vividos pela montadoras de carros.
No segmento metal-mecânico avalia-se que o boom da agricultura e o negócio de mineração (de ferro e outros) continuem puxando as vendas. Já para bens de linha branca (eletrodomésticos), mesmo com a melhora do PIB e a desaceleração da inflação, o consumo não o conseguirá reverter a tendência de baixa.
As empresas associadas da Alacero são responsáveis por cerca de 95% da produção na região, que fica pouco acima de 60 milhões de toneladas de aço bruto.
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