Ibema estuda nova fábrica de polpa de celulose no PR

Nilton Saraiva, presidente, diz que os estudos estão em estágio avançado e a expectativa é submeter o projeto a aprovação dos acionistas ainda neste ano — Foto: Divulgação
Nilton Saraiva, presidente, diz que os estudos estão em estágio avançado e a expectativa é submeter o projeto a aprovação dos acionistas ainda neste ano — Foto: Divulgação

Valor Econômico – A Ibema, fabricante de papel cartão que tem a Suzano como acionista, está estudando a viabilidade de construção de uma nova fábrica de polpa de celulose (do tipo BCTMP, na sigla em inglês) em Turvo, no Paraná. O investimento estimado na unidade, que terá capacidade de produção de até 160 mil toneladas por ano da matéria-prima e será a maior do país, não é revelado, uma vez que as negociações com fornecedores ainda estão em andamento.

De acordo com o presidente da companhia, Nilton Saraiva, os estudos estão em estágio avançado e a expectativa é submeter o projeto a aprovação ainda neste ano. Com isso, as obras poderiam ser iniciadas, no máximo, até o segundo trimestre de 2023. “Será o mais moderno processo de produção de BCTMP no Brasil”, diz.

Cerca de 40% da produção adicional de BCTMP será usada pela própria Ibema e 60% serão fornecidos à Suzano, por meio de contrato de longo prazo e a preços de mercado. Ao mesmo tempo em que atende à demanda atual das companhias, a nova fábrica deve servir como apoio para futuras expansões da produção de cartões.

“O projeto BCTMP melhorará consideravelmente o retorno dos projetos de expansão de capacidade que estão sendo estudados atualmente por ambas as empresas”, diz em nota o diretor executivo de papéis e embalagens da Suzano, Fabio Almeida.

O investimento permitirá ainda elevar tanto as margens quanto a qualidade do papel cartão, que é usado na confecção de embalagens, produzido pela Ibema. Haverá ganhos de rigidez e de impressão, entre outros.

A produção de papel cartão da Ibema, que está operando no limite da capacidade, deve superar as 150 mil toneladas neste ano. Em 2023, mediante iniciativas de desgargalamento, o volume produzido deve alcançar 160 mil toneladas. A companhia tem fábricas instaladas em Turvo e em Embu das Artes (SP).

“O projeto nos traz maior controle da cadeia de suprimentos, o que é importante não só por causa do atendimento ao cliente mas pela maior competitividade em termos de custos”, explica o executivo. Hoje, a companhia exporta cerca de 25% da produção de cartões e as exigências de qualidade no mercado internacional são cada vez maiores.

Conforme Saraiva, a Ibema já assegurou os volumes de madeira necessários para abastecer a nova fábrica, entre plantio próprio e insumo de terceiros. Em sua composição, a pasta mecânica leva 80% de eucalipto e 20% de pinus.

Olhando para os ativos industriais, a fábrica de Turvo será especializada em papel cartão produzido a partir de fibra virgem e a Embu das Artes, em reciclado, outro mercado estratégico para a Ibema.

Nesse segmento, a companhia lançou em 2019 o Ibema Ritagli, primeiro papel cartão triplex pós-consumo do mercado brasileiro, com 50% de fibras recicladas em sua composição, das quais 30% vindas de pós-consumo. Hoje, cerca de 7% da receita total vem de produtos com aparas pós-consumo. O Ibema Impona, por sua vez, leva aparas pós-industriais na sua composição.

Segundo Saraiva, a demanda doméstica de cartões segue forte e foi preciso reduzir as exportações para garantir o atendimento doméstico. A expectativa é de crescimento de 2% a 3% do mercado interno em volume.

Sobretudo os segmentos farmacêutico, de delivery e onde há substituição do plástico por materiais mais sustentáveis – como nos copos descartáveis -, a demanda por cartão permanece firme. A procura dos usuários finais por produtos com maior pegada de sustentabilidade, como o cartão que leva apara pós-consumo, também tem garantido crescimento nas vendas. “Isso traz oportunidades em projetos de economia circular”, explica.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/09/06/ibema-estuda-nova-fabrica-de-polpa-de-celulose-no-pr.ghtml

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