O Dia – O secretário estadual de Transportes do Rio, Washington Reis, afirmou em uma publicação na quarta-feira (24) em suas redes sociais que estuda conceder a operação dos trens do Rio de Janeiro a uma empresa chinesa, que opera os trens de Caracas, na Venezuela. Ele disse que o objetivo é fazer com que o intervalo entre os trens seja de 5 minutos e, nos horários de pico, abaixo disso.
“Estou aqui com o deputado Rosenverg Reis na estação de trens de Caracas, na Venezuela. A empresa chinesa parceira que vai cuidar dos trens da SuperVia, que atrasa, que tem problemas constantes, que infelizmente deixou muito a desejar, prestando um serviço ruim, com problemas constantes”, afirmou o secretário de Transportes em vídeo gravado na plataforma da estação.
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Washington Reis esteve na capital venezuelana com o irmão e deputado estadual Rosenverg Reis (MDB). O objetivo da viagem, segundo o secretário, foi conhecer e trocar experiências com o Ministério dos Transportes do país e com as empresas que operam os trens e metrô. “Com a confiança do governador, estamos empenhados em melhorar a qualidade do transporte e da mobilidade no nosso estado e não vamos descansar até dar um serviço digno para a nossa população”, afirmou em outra publicação.
A reportagem procurou a Secretaria Estadual de Transportes para pedir mais informações sobre o anúncio, mas ainda não obteve retorno.
O grupo que controla os trens da SuperVia desistiu das operações e devolveu a concessão ao governo do Rio no final de abril. O atual contrato termina em outubro deste ano. Será preciso arrumar novo acionista ou realizar uma licitação para escolher uma nova empresa para operar os serviços.
A SuperVia afirmou que o contrato foi prorrogado em 2010. A contrapartida para a renovação foi a realização de investimentos ao longo dos últimos 13 anos. A concessionária afirma que todos eles foram feitos e comprovados, inclusive com envio de notas fiscais em 2018. A construção de novas estações, de um novo Centro Operacional e a modernização de todo o sistema e subestações elétricas para receber os trens com ar condicionado são citadas pela empresa como aplicações realizadas.
“A Gumi Brasil mantém a negociação com o Governo do Estado para a troca do controle acionário da SuperVia. Já a SuperVia, como concessionária, se manterá como prestadora de serviços à população, mesmo sob um novo grupo controlador e realiza negociações, em separado, para a execução do serviço à população do Rio de Janeiro”, diz em nota.
A concessionária opera a malha ferroviária fluminense desde 1998. Em 2019, passou a ser controlada pela Gumi (Guarana Urban Mobility Incorporated), um consórcio de propriedade das japonesas Mitsui e West Japan Railway Company e de um fundo de investimentos local.
De acordo com a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Estado do Rio de Janeiro, um dos motivos que contribuiu para a desistência da concessionária foi o fato de não atender aos padrões de exigência da pasta. Os problemas não são apenas para a empresa, mas, principalmente, para os usuários do serviço que sofrem com a precarização da frota, atrasos e interrupções contínuas e falta de infraestrutura, de mobilidade e de acessibilidade.
A SuperVia está em recuperação judicial desde 2021 e alega prejuízos financeiros provocados pela queda de passageiros durante a pandemia de covid-19, além dos constantes furtos de cabo. Este tipo de crime gera despesas e interrompe a circulação de trens. Segundo a empresa, entre 2020 e 2021 houve perdas acumuladas de R$ 474 milhões.
A malha ferroviária do Rio tem 270 quilômetros dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações e alcança 12 municípios fluminenses: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro e São João de Meriti.
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