Folha de S. Paulo – Sócios no projeto do trem-bala afirmam que o governo Lula cogita parceria no empreendimento que pretende conectar Rio e São Paulo.
As abordagens, segundo pessoas que participaram das conversas, começaram na transição, no fim do ano passado, e, no mês passado, por meio da Casa Civil.
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Representantes do projeto disseram que não há o menor interesse em ter participação do governo.
A posição contraria declaração recente do ministro dos Transportes, Renan Filho. Em entrevista à Folha, ele disse torcer pelo projeto, mas afirmou que, sem dinheiro público, o projeto não pára em pé.
No entanto, os sócios disseram ao governo que o projeto deverá seguir adiante justamente pela ausência do poder público.
Afirmam que negociam com a Espanha a operação do trem-bala e buscam recursos com fundos de investimento estrangeiros, principalmente árabes dos EUA.
A ideia é levantar R$ 30 bilhões, valor que, com a desvalorização cambial, torna o projeto muito viável –menos de US$ 6 bilhões.
Outros fatores também são preponderantes. O trem-bala é um projeto privado, e não uma concessão pública. Isso significa que o preço do bilhete será livre e não regulado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A taxa de retorno sobre o investimento também ficará fora do radar da agência, diferentemente do projeto idealizado no governo Dilma Rousseff.
Também pesa o prazo da vigência da autorização já concedida pela ANTT ao projeto: 99 anos. Na concessão, esse prazo seria de 30 anos, período considerado insuficiente para amortizar os investimentos.
O governo, no entanto, ainda segundo relatos, quer ficar perto do projeto.
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