Diário do Nordeste – A Transnordestina é considerada uma ferrovia estruturante, ou seja, será uma das principais vias de transporte na região em que perpassa. Além de se destacar pelo volume transportado, o projeto também deve gerar impacto econômico significativo nos equipamentos e negócios relacionados.
Um deles é o incremento na movimentação de carga no Porto do Pecém, ponto final da Transnordestina. A expectativa é que, após o início da operação, prevista para 2027, o volume movimento no terminal marítimo dobre.
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A projeção é de Tufi Daher Filho, diretor-presidente da Transnordestina Logística S/A, empresa responsável pela construção da ferrovia. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ele pontua que, atualmente, o Porto do Pecém movimenta cerca de 25 milhões de toneladas por ano.
Num primeiro momento, a Transnordestina terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano, número que pode dobrar posteriormente com o incremento do número de pátios.
“Uma parte da carga transportada pela ferrovia é para atender o mercado interno, mas a grande parte dela é para o Porto. A nossa expectativa, e a do Porto, é em pouquíssimo tempo duplicar a movimentação no Porto do Pecém”, afirma Daher.
O porta-voz da Transnordestina Logística S/A também ressalta que, a partir da conclusão das obras e do início da operação, inúmeras empresas devem se instalar ao longo dos trilhos.
Isso porque a ferrovia oferecerá uma infraestrutura rápida e de baixo custo benefício para o transporte de insumos e o escoamento da produção dessas empresas.
Ele indica que, dessa forma, a geração de empregos será multiplicada.
“Eu tenho convicção que, mesmo o melhor estudo de mercado que a gente tenha feito, ele ainda é pé no chão, é pessimista diante do que vai acontecer”, ressalta.
TIPOS DE CARGA
Daher detalha que os grãos deverão representar parte significativa dos volumes transportados pela ferrovia. Além deles, também devem utilizar o equipamento produtos em contêineres, gipsita, fertilizantes, combustíveis e cargas gerais.
A Transnordestina possuirá uma extensão de 1.210 km, ligando o município de Eliseu Marins (PI) ao Porto do Pecém (CE).
A velocidade máxima dos trens será de 80 km/h, de forma que uma viagem pelo percurso completo poderá ser feita em até um dia e meio.
Além disso, os trens da ferrovia terão até 104 vagões, que darão capacidade de transportar a mesma quantidade de carga que 260 carretas.
“Você imagina o custo disso, como vai ser baixo. Fora as estradas que acabam tendo um respiro, e elas precisam”, argumenta o executivo.
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