Bamin dá início à conclusão da Fiol 1, parte da logística que pretende implementar na Bahia
Dois anos depois de vencer o leilão de concessão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a Bamin deu início às obras de conclusão do percurso de 537 km entre Ilhéus e Caetité, na Bahia. A primeira ordem de serviço foi assinada no último dia 24 de abril, com o consórcio TCR-10, formado pelas construtoras Tiisa e a chinesa Crec-10. Pelo contrato, as empresas ficarão responsáveis, nos próximos 36 meses, pela finalização do lote 1F, de 127 km, passando pelos municípios de Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. O contrato está avaliado em R$ 1,1 bilhão.
A conclusão da ferrovia é parte de um projeto gigantesco que a Bamin pretende implementar em solo baiano. No mercado, alguns definem como uma “mini-Carajás” a integração mina (Pedra de Ferro, em Caetité), ferrovia (Fiol 1) e porto (Sul, em Ilhéus) que a empresa trabalha para colocar de pé até 2027, ao custo de R$ 20 bilhões. A expectativa é que pelo corredor logístico, assim que ficar pronto, sejam transportadas 26 milhões de toneladas por ano de minério de ferro da Bamin. O volume corresponde a cerca de 40% da capacidade instalada da ferrovia, cujo potencial estimado, quando concluída, será de 60 milhões de toneladas/ano.
No Brasil desde 2006, a Bamin é controlada pelo grupo Eurasian Resources Group (ERG), com origem no Cazaquistão e negócios em 15 países na área de mineração, metais e logística. O grupo começou a atuar no país a partir da autorização para exploração da mina Pedra de Ferro, em Caetité. Desde então, a empresa afirma que já investiu no Brasil R$ 1,8 bilhão de recursos próprios no projeto baiano.
Atualmente, a mina produz 1 milhão de toneladas/ano de minério, que são transportadas por caminhão de Caetité até o município de Licínio de Almeida, a 40 km da mina, onde há transbordo para a malha métrica da Ferrovia Centro-Atlântica. Os trens levam o minério até o terminal de Petim (na cidade de Castro Alves), onde acontece outro transbordo para caminhões, que então levam a commodity para ser escoada no Porto TUP Enseada do Paraguaçu, no litoral baiano, próximo a Salvador.
O pico de 26 milhões de toneladas/ano de minério que a Bamin espera atingir daqui a alguns anos está, portanto, condicionado a uma nova infraestrutura ferroviária e portuária na região. Os desafios que envolvem um projeto dessa magnitude passam, principalmente, pela sua estruturação financeira. Para além dos investimentos próprios, a companhia vem trabalhando a parte de financiamento, segundo o diretor de Operações de Ferrovia da Bamin, Gustavo Cota.
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