Prefeito de Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo, por dois mandatos (2013 a 2020), Denis Andia acumulou também nesse período o cargo de presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC), da qual sua cidade natal faz parte. Esse conselho abrange representantes de 20 municípios, que reúnem quase três milhões de habitantes, para debaterem projetos e ações de interesse comum. Na agenda de estudos da RMC esteve, inclusive, o Trem Intercidades São Paulo-Campinas, prestes a ser licitado pelo governo de São Paulo. Essa experiência talvez tenha pesado na escolha de Andia para a cadeira de secretário Nacional de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, uma vez que integração e articulação política nas regiões metropolitanas são oportunidades, mas também enormes desafios para o avanço da mobilidade urbana no país.
E o ponto de partida do trabalho na secretaria está caminhando nessa direção. Uma parceria com o BNDES foi firmada recentemente para a elaboração de um estudo em 21 regiões metropolitanas do Brasil, com o objetivo de levantar informações que possam auxiliar, principalmente, na formatação de projetos de transporte de média e alta capacidades. A expectativa é que esse levantamento seja concluído até o fim desse ano. “Esse estudo vai levantar informações técnicas e necessárias para que os tomadores de decisão, sejam prefeituras, colegiados metropolitanos ou governos dos estados, possam orientar seus projetos futuros. A ideia é que novos projetos propostos por esses entes federativos possam ser respaldados tecnicamente pelo estudo”, explica Andia, nessa entrevista à Revista Ferroviária.
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O apoio técnico chega em paralelo a outras ações da secretaria que deverão ganhar tração nos próximos anos, segundo ele. A pasta, que voltou a se dedicar exclusivamente à mobilidade (ela havia sido aglutinada com outros assuntos de ordem urbana no governo anterior), mantém linhas de financiamento e reserva de recursos da União para projetos. A linha de financiamento é derivada do programa Pró-Transporte e dispõe de cerca de R$ 4 bilhões anuais, oriundos do FGTS.
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