Valor Econômico – A Vale fechou o segundo trimestre com lucro líquido de US$ 892 milhões, o que significou uma queda de 78,2% na comparação com o ganho de US$ 4,093 bilhões em igual período do ano passado. A receita líquida da companhia entre abril e junho foi de US$ 9,673 bilhões, o que representou uma queda de 13,3% ante o segundo trimestre de 2022. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 26,3%, para US$ 3,874 bilhões.
No balanço divulgado nesta quinta-feira (27), a Vale informou que a queda do lucro líquido foi sentida basicamente na piora do Ebitda proforma, nos resultados financeiros e nos tributos sobre lucros.
O Ebitda proforma sofreu um impacto negativo de US$ 1,389 bilhão devido aos menores preços realizados nas vendas de minério de ferro e níquel. O preço médio realizado pela companhia nas vendas de minério de ferro no segundo trimestre foi de US$ 98,5 por tonelada, contra US$ 113,3 por tonelada entre abril e junho do ano passado. No níquel, na mesma comparação, o preço médio realizado passou de US$ 26.221 por tonelada para US$ 23.070 por tonelada.
Os resultados financeiros tiveram uma variação negativa de US$ 978 milhões devido à apreciação do real e à menor marcação a mercado das debêntures participativas.
Os tributos sobre lucros tiveram variação negativa de US$ 881 milhões devido à baixa dos tributos diferidos de ativos relacionados às provisões da Fundação Renova após o plano de recuperação judicial.
Como resultado, o lucro líquido ficou abaixo da média de US$ 1,873 bilhão compilada pelo Valor junto a quatro bancos e casas de análise.
Em reais, o lucro líquido da companhia recuou 77,3% em base anual, para R$ 4,573 bilhões no segundo trimestre, enquanto a receita líquida caiu 13,1%, para R$ 47,7 bilhões, e o Ebitda ajustado recuou 25,8%, para R$ 19,1 bilhões.
A dívida líquida da Vale ao fim do segundo trimestre somava US$ 8,908 bilhões, acima dos US$ 8,226 bilhões ao fim do primeiro trimestre. A dívida líquida expandida — que engloba, entre outros, provisões por Brumadinho, Samarco e Fundação Renova — fechou junho em US$ 14,69 bilhões, contra US$ 14,359 bilhões ao fim de março.
Segundo a Vale, o crescimento da dívida líquida expandida foi impulsionado por US$ 1,4 bilhão do programa de recompra de ações no trimestre e por US$ 800 milhões do Fluxo de Caixa Livre das Operações. A meta de alavancagem da Vale é de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões.
O prazo médio da dívida de 8,4 anos permanece desde março de 2023. O custo médio da dívida após swaps cambiais e de juros por ano aumentou de 5,35% por ano, em março de 2023, para 5,65%.
No segundo trimestre, a companhia investiu US$ 1,208 bilhão, uma queda de 6,5% no comparativo anual.
Os investimentos em projetos de crescimento em construção totalizaram US$ 376 milhões no segundo trimestre, uma queda de 16% na comparação anual, impulsionada por menores investimentos nos projetos Salobo III e Sol do Cerrado, que já se encontram em comissionamento, que foram parcialmente compensados pelos investimentos nos projetos do negócio de Soluções de Minério de Ferro e no projeto de níquel do segundo forno de Onça Puma.
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