Após cinco anos à frente da Linha 5-Lilás, ViaMobilidade ainda deve melhorias no ramal

Metrô CPTM – Foi há pouco mais de cinco anos que a Linha 5-Lilás, então operada pelo Metrô, passou a ser responsabilidade da concessionária ViaMobilidade Linhas 5 e 17 após leilão lançado pelo governo Geraldo Alckmin (na época no PSDB).

Tratava-se do segundo ramal de metrô a ser mantido pela iniciativa privada após a Linha 4-Amarela, sob os cuidados da ViaQuatro, empresa gêmea da ViaMobilidade.

De lá para cá a concessionária afirmou ter investido R$ 189 milhões na linha, que teve novas estações entregues pelo governo até ser concluída em 2019. Os trens mudaram de padrão enquanto as estações ainda passam por um processo de modificação da identidade visual, com as cores da empresa.

Houve correções e melhorias em algumas estações como Capão Redondo em 2019 e também a troca de trilhos entre as estações Vila das Belezas e Giovanni Gronchi, realizada em maio deste ano. O comércio nas estações também cresceu, uma marca semelhante à vista nas estações da Linha 4.

A operação privada, no entanto, ainda deve aprimoramentos e avanços que eram esperados. Um deles é o reforço dos oito trens da Frota F, composições fabricadas pela Alstom e que circularam entre 2002 e 2017.

Com dificuldades para adaptá-las ao sistema CBTC, a concessionária tem escalado apenas alguns desses trens, deixando a cargo das 26 unidades da Frota P o trabalho de transportar a maioria absoluta dos passageiros durante toda a operação.

Com 34 trens, o carrossel da Linha 5-Lilás certamente teria uma capacidade maior e intervalos menores, porém, a ViaMobilidade apenas afirmou que está investindo “na modernização e revitalização das composições da Frota F”, sem fornecer um prazo sobre a conclusão desse trabalho.

Outro ponto que deixa a desejar é a falta de sinal de telefonia no trecho de túneis. O “apagão” até hoje não foi resolvido a despeito de existirem “estudos” das operadoras a respeito. Enquanto o Metrô e a CPTM anunciam contratos para oferecer wi-fi em estações, a concessionária não diz nada sobre isso.

Por falar em informação, a empresa, que faz parte do grupo CCR, até hoje não cogitou oferecer os mesmos serviços vistos na Linha 4 como o painel que mostra a lotação nos trens ou o intervalo entre as composições. Esse tipo de dado é fornecido pelo sistema de sinalização CBTC, que opera no ramal há seis anos, mas não é aproveitado no caso da Linha 5.

Expansão de Santo Amaro com dois anos e meio de atraso

A grande dívida da ViaMobilidade, entretanto, é a reforma da estação Santo Amaro. Parte dos requerimentos do contrato, a ampliação de plataformas e da ligação com a Linha 9-Esmeralda deveria ter sido entregue em 25 de janeiro de 2022 mas há exatos dois anos uma das estruturas metálicas desabou no Rio Pinheiros.

Apenas semanas atrás a concessionária colocou uma nova contratada para retomar os serviços e agora promete concluí-los no segundo semestre do ano que vem, ou seja, cerca de dois anos e meio após o prazo.

Em tese, o não cumprimento do que estipula o contrato exigiria algum tipo de penalidade, mas até tempos atrás todo o processo de análise das causas do acidente ainda não estava concluído, o que impedia algum tipo de sanção.

Se não bastasse as pendências, a ViaMobilidade também experimenta um aumento nas falhas e interrupções na operação da Linha 5-Lilás. De acordo com dados do site Direto dos Trens, em 2023 foram 20 paralisações causadas por falhas elétricas, de sinalização e mesmo invasão de pessoas na via, em alguns casos para tentativa de furto de cabos. No ano passado, há registros de 32 interrupções enquanto em 2021 foram cerca de 23 ocorrências.

Jardim Ângela nos planos

Em meio a esse cenário, a empresa afirma que investirá R$ 3 bilhões na Linha 5-Lilás até 2038, quando a concessão tem previsão de acabar. A data, no entanto, pode ser postergada caso a concessionária chegue a um acordo com o governo do estado para implantar a extensão do ramal até Jardim Ângela, com duas novas estações.

Segundo a ViaMobilidade a aguardada expansão está nos planos, mas ela não revelou em que estágio se encontra o estudo. A depender da demora em tirar alguns projetos do papel, espera-se que a extensão de 4,3 km ocorra quem sabe até o final do contrato, daqui a 15 anos.

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/apos-cinco-anos-a-frente-da-linha-5-lilas-viamobilidade-ainda-deve-melhorias-no-ramal/

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