Valor Econômico – Sob a gestão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o Metrô demitiu cinco funcionários e puniu outros quatro que fizeram uma paralisação no dia 12 de outubro. O Metrô avalia punir outros servidores envolvidos na manifestação. Segundo o sindicato da categoria, diretores e o vice-presidente da entidade estão entre os punidos.
Além dos cinco demitidos, a empresa suspendeu um funcionário por 29 dias. Outros três, que contam com estabilidade sindical, foram suspensos sem remuneração para serem submetidos a inquérito perante o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que irá apurar a ocorrência de falta grave e decidir pela consequente demissão, segundo informou o governo paulista, por meio de nota.
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“A decisão do Metrô foi baseada em provas compostas por imagens, áudios e relatórios que indicaram a conduta irregular dos nove profissionais. A direção da companhia avaliou que a paralisação atendeu apenas a interesses privados e descumpriu a legislação por ter sido implementada sem aviso prévio e sem qualquer autorização neste sentido pela assembleia da categoria dos metroviários”, afirmou o Metrô, em nota divulgada pela gestão Tarcísio.
A paralisação, segundo o Metrô, começou às 10h18 do dia 12 de outubro, feriado, e foi encerrada às 13h45. O governo afirmou que o transporte foi interrompido totalmente nas linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata e teve operação com velocidade reduzida na Linha 2-Verde.
Na ocasião, o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo afirmou que durante a madrugada a direção aplicou advertências “de forma surpresa e intempestiva” a servidores, o que foi interpretado como retaliação por causa da greve realizada no início do mês.
O sindicato afirmou que a direção do Metrô se negou a atender os representantes do sindicato para discutir a situação e disse que o protesto foi encerrado quando a empresa concordou em negociar as punições no dia 16. Também no dia da paralisação, o Metrô negou que as advertências tivessem relação com a greve realizada no começo do mês. No dia 3, funcionários do Metrô, CPTM e Sabesp protestaram contra a privatização e terceirização das três empresas.
Na nota divulgada nesta terça-feira (24), o Metrô disse que as punições “não estão relacionadas à greve dos metroviários no dia 3”. O governo registrou na nota que os nove empregados punidos disseram que a paralisação era contra advertências recebidas por outros três empregados da Linha 2-Verde, mas afirmou que as “advertências não implicavam em demissão ou redução de salários”.
O Sindicato dos Metroviários afirmou que as demissões foram “injustas” e “em retaliação” à greve do início do mês, e disse que o governador age “de maneira antidemocrática contra os trabalhadores que lutam em defesa do transporte público.”
“Entendemos que essa atitude intempestiva, arbitrária e antissindical é uma tentativa de enfraquecer uma categoria que está na linha de frente da luta contra o projeto do governador de privatizar todos os serviços públicos”, disse a entidade, em nota. O sindicato afirmou ainda que a concessionária ViaMobilidade, responsável pela operação e manutenção das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos de São Paulo, é que deveria ser punida pelo governo paulista, por conta dos recorrentes problemas nas duas linhas da CPTM.
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