O Dia (RJ) – A SuperVia teve um prejuízo de R$ 4 milhões após um trem e sua fiação terem sido queimados durante os ataques criminosos desta segunda-feira (23), na Zona Oeste. O DIA apurou que o transporte, atacado enquanto saía da estação de Santa Cruz, está parado e não há previsão de recuperação.
No dia dos inúmeros ataques, mais de 4 mil passagens foram devolvidas aos passageiros que utilizaram os trens. Além deste episódio, 35 ônibus também foram incendiados, o que afetou mais de 2,5 milhões de pessoas e prejudicou cerca de 2 mil usuários do BRT. Segundo a Federação das Empresas de Mobilidade do Estado, os danos podem custar até R$ 38 milhões para as empresas.
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Já a Mobi-Rio, que administra o BRT, esclareceu que três coletivos da frota antiga do BRT foram queimados e um ônibus padrão foi parcialmente atingido, mas já está sendo reparado. Além disso, quatro estações foram atingidas pelos ataques. Apenas a estação Santa Veridiana, em Santa Cruz, precisou ser fechada por conta do incêndio. O custo estimado com os reparos é de mais de R$ 100 mil. Em apenas um dia, a cidade teve o maior número de ônibus queimados de sua história, segundo o Rio Ônibus.
Procurada, a SuperVia reiterou o prejuízo de R$ 4 milhões. “O fogo atingiu o primeiro carro da composição, além da cabine do motorista. O trem ficará fora de circulação, para os reparos necessários”, informou a companhia.
Os ataques
Os ataques desta segunda-feira (23) foram motivados pela morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, o “Faustão”. O criminoso, além de ser sobrinho de “Zinho”, era preparado para ser o sucessor do tio, no comando da maior milícia da cidade.
Após a morte de Faustão, criminosos atearam fogo em 35 ônibus, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento. O trem, segundo a SuperVia, foi atacado na altura da estação Tancredo Neves, em Paciência, depois de ter saído de Santa Cruz. O município chegou a ter 121 km de congestionamento.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para 36 eventos de fogo em veículo em diversos pontos da Zona Oeste. Cerca de 200 militares de 15 quartéis atuaram no combate às chamas. A ação dos criminosos afetou, principalmente, os bairros de Santa Cruz, Campo Grande, Paciência, Guaratiba, Sepetiba, Cosmos, Recreio, Inhoaíba, Barra da Tijuca, Tanque e Campinho. Nestes locais, pneus também foram incendiados e serviram como barricadas para impedir a passagem das polícias Civil e Militar.
O governador do Rio, Cláudio Castro, determinou que as Forças de Segurança do Rio continuem com o monitoramento em toda a cidade, em especial nos bairros da Zona Oeste. 12 suspeitos de envolvimento nos ataques foram detidos. No entando, seis deles foram soltos por falta de indícios e os demais serão denunciados ao Ministério Público do Rio (MPRJ) por terrorismo, de acordo com o governador.
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