G1 – As obras do Novo PAC no Pará foram detalhadas pelo Governo Federal nesta quinta-feira (16), durante o lançamento do plano de investimentos para o estado, no Theatro da Paz, em Belém.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, participou do ato ao lado do governador do Pará, Helder Barbalho, do ministro das Cidades, Jader Filho, do ministro do Turismo, Celso Sabino e do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
O investimento total de recursos já alocados é de R$ 38,7 bilhões, segundo a Casa Civil. Questionada pelo g1 sobre a diferença entre os valores anunciados em agosto, que eram de R$ 75,2 bilhões de investimentos no Pará pelo Novo PAC, a Casa Civil informou que apenas R$ 38, 7 bi já foram alocados.
“O valor de R$ 38,7 bilhões refere-se aos recursos já alocados para o estado. Não estão contemplados nesse montante, por exemplo, investimentos do Minha Casa Minha Vida, financiamento habitacional e valores destinados aos editais de seleção […]. Pode chegar a esse valor (75,2 bi), mas estamos preferindo trabalhar com o valor de recursos já alocados.”
Pedral do Lourenço e Ferrogrão
Com a retomada de obras e o início de novos projetos, o Pará tem entre suas prioridades obras questionadas por especialistas em meio ambiente e sociedade, como a derrocagem do Pedral do Lourenço e a Ferrogrão, que devem passar por terras indígenas e comunidades ribeirinhas do norte e centro-oeste do Brasil.
“Derrocamento é a retirada de pedras do leito do rio, possibilitar a sua navegabilidade. As duas obras estão inclusas com estudo e projeto, para, partindo do licenciamento ambiental, podermos executá-los”, pontuou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Não foi detalhado, no entanto, o valor estimado do PAC para cada uma dessas obras.
Pedral do Lourenço
Sobre a derrocagem, o representante argumentou que melhorar a navegabilidade nos rios Araguaia e Tocantins e viabilizar o escoamento de cargas traz menos riscos ao meio ambiente.
“A supressão vegetal para construção de estradas para o transporte de cargas tem o risco de, ao longo dessa estrada, vários pontos de desmatamento irem se criando. Tomaremos todos os cuidados técnicos, obedecendo a lei, respeitando rigorosamente e ouvindo todas as comunidades envolvidas”, destacou.
Há 22 comunidades ribeirinhas espalhadas ao longo do curso do rio Tocantins dependem economicamente do Pedral do Lourenço. A principal atividade é a pesca e a maior parte dos moradores é formada de pescadores, que temem que a obra mude a realidade da população.
Ferrogrão
Acerca do Ferrogrão, o ministro reiterou que as obras da ferrovia devem ser executadas com recursos privados, pelo licenciamento é público.
A ferrovia irá fazer o escoamento de grãos do centro-oeste pelos portos do Arco Norte, um corredor logístico capaz de reduzir distâncias e aliviar o bolso de quem paga para exportar produtos como soja e milho, tendo em vista que a estimativa é de recuo de 30% a 40% no preço do frete.
Os 933 quilômetros da Ferrogrão irão acompanhar o traçado da BR-163. Os trilhos da ferrovia vão ligar o município de Sinop (MT) ao distrito de Miritituba (PA), nas margens do rio Tapajós.
“Uma ferrovia também traz menos agressão ao meio ambiente do que uma rodovia e, portanto, o estudo será submetido. Nós vamos ter muito cuidado no estrito Marco Legal e ouvir detalhadamente todas as comunidades”, completou.
Rui costa ainda disse que as obras representam oportunidades de emprego e desenvolvimento para o estado, o que deve ser levado em consideração quando o assunto é preservação e sustentabilidade.
Seja o primeiro a comentar