Diário do Comércio (MG) – Para escoar a produção, caminhões de minério percorrem diariamente trechos das rodovias BR-040, BR-356 e BR-381. A rotina, entretanto, causa medo em motoristas e moradores do entorno das estradas, que vivem presenciando acidentes, muitas vezes fatais. Para diminuir o tráfego desses veículos e preservar a vida de quem transita nesses locais, o Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra) aposta em vias alternativas e ferrovias.
Segundo o presidente da entidade, que representa 118 mineradoras, desde pequenas a gigantes do setor, Luís Márcio Vianna, já existem propostas neste sentido, para retirar da malha rodoviária pública os veículos de carga mineral. No trecho entre Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete, que passa pelas três BRs, 040, 356 e 381, por exemplo, ele destaca que duas estradas alternativas foram construídas por mineradoras, sendo que uma está em funcionamento e outra embargada.
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“Uma delas liga a mina Engenho até a região de Pires, em Congonhas, e foi feita pela CSN Mineração. Ela está pronta. Os caminhões da CSN passam por ela. A outra foi construída pela Vale, ligando a mina do Pico à mina Fábrica. No entanto, essa está parada, porque está em Zona de Autossalvamento (ZAS) de barragens. Se houver entendimento entre a empresa e o Ministério Público Estadual, a via pode voltar a funcionar e os caminhões de minério passarem por ela”, diz.
Investimentos em ferrovias podem desviar caminhões de minério das estradas
De acordo com Vianna, há também projetos em desenvolvimento que ajudariam a desviar a rota dos caminhões de minério que passam pela BR-040, BR-356 e BR-381, mitigando parte dos problemas. Neste caso, se tratam de novos investimentos em terminais ferroviários. Um deles seria do grupo Cedro Participações e o outro da companhia Bação Logística.
O grupo Cedro Participações investirá cerca R$ 1,8 bilhão na implantação de uma ferrovia de curta distância, que ligará os municípios de Itaúna a São Joaquim de Bicas. O trecho será utilizado apenas por terceiros e vai permitir o escoamento de minério produzido na região de Serra Azul. A construção depende das licenças e a previsão é que as obras levem até um ano e meio.
O empreendimento da Bação Logística, no distrito de São Gonçalo do Bação, em Itabirito, também objetiva facilitar o transporte de cargas, entretanto, seus impactos têm sido algo de divergências. De um lado, é visto como importante para o escoamento seguro da produção das mineradoras. De outro, é avaliado como mais uma atividade predatória ao Estado.
Campanha de esclarecimento da opinião pública e licitações das BRs-040 e 381
Ainda de acordo com o presidente do Sindiextra, a entidade está promovendo uma campanha de esclarecimento da opinião pública sobre as necessidades que existem entre governo federal, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério Público, além do governo estadual.
Do mesmo modo, conforme Vianna, o sindicato tem mantido contato com a ANTT para debater sobre as licitações de rodovias mineiras, que podem auxiliar na solução dos problemas com melhorias nas estradas. Segundo ele, em reunião na última semana, foram temas de conversas a concessão da BR-381, adiada por falta de interessados, e da BR-040, que teve o edital aprovado pela autarquia federal e cujo leilão deve acontecer em fevereiro do próximo ano.
Amig vai ser reunir com MPMG para debater ‘rodovia do minério’
Amanhã (29), a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) e prefeitos de algumas cidades mineiras vão se reunir com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O objetivo é apresentar as principais queixas das cidades da região Central e cobrar um retorno sobre as ações propostas para criação da rodovia do minério, projeto com previsão de aportes da ordem de mais de R$ 300 milhões e que prevê a criação de uma via exclusiva para que veículos pesados das mineradoras deixem de transitar nas BR-040 e 356.
Esperando sentado, pois em pé cansa. Duvido que vá à frente, pois fecharam em 2015 o ramal da VLi entre Cataguases/MG e Paraíba do Sul/RJ que transportava bauxita e hoje o transporte é feito por rodovia. Vá entender isso? Assim, acho que nunca vão resolver a questão ferroviária no Brasil, pois aqui temos um desgoverno que não está nem aí para o modal ferroviário, sem falar no cartel dos rodoviários.