Rádio Itatiaia (MG) – O grupo Cedro Mineração protocolou um projeto junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para instalar uma ferrovia de 30 quilômetros de extensão entre Itaúna, região Centro-Oeste, e São Joaquim de Bicas, na Grande BH, transportando minério na região de Serra Azul sem passar pela BR-381.
O investimento previsto para a construção da nova ferrovia é de quase R$ 2 bilhões. O novo trecho ferroviário poderá desafogar várias estradas mineiras que sofrem com o transito pesado de caminhões carregados de minério.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
“Vai ser uma ferrovia ao longo das mineradoras que produzem no complexo Serra Azul e ligando ao ramal principal que leva o minério para os portos. Estamos aguardando a outorga. Estamos falando em retirar da BR-381 de 2.500 a 3.000 carretas por dia, algo em torno de 20 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e trazer uma tranquilidade para a população”, explica o presidente do Conselho Administrativo da Cedro Participações, Lucas Kallas.
O projeto é ainda mais complexo e trará outras soluções de transportes de cargas. “Também estamos estudando um projeto de engenharia para interligar as operações através de correias transportadoras para os terminais de embarque próximos da região”, completa Kallas.
Itatiaia: Hoje para fazer essa rota do minério e fazer o escoamento do que é minerado, do minério de ferro especificamente, as empresas dependem quase 100% das estradas estaduais e federais para conseguir fazer esse transporte?
Lucas Kallas: Correto. As grandes empresas que do passado, Que hoje são as maiores produtoras hoje tem quase todas as suas operações já integrada na malha Ferroviária. Então elas geram pouco impacto no sistema rodoviário do Estado e com a elevação dos preços dos Minérios o aumento de produção das médias e pequenas mineradoras o a saída ela logística de grande maioria são as rodovias estaduais e federais.
Itatiaia: Nessas rodovias, o trânsito de veículos pesados é muito grande. E boa parte deixa esses veículos também vem da mineração e alguns problemas são observados como acidentes e o próprio asfalto sendo danificado. São problemas que também não agradam as empresa, correto?
Lucas Kallas: Hoje, as rodovias impactam a sociedade em geral e a Cedro, por exemplo, está buscando muito nessa agenda de ESG trazer soluções ambientais e sociais. Nós estamos estudando um projeto pioneiro, que é a shortline do complexo Serra Azul que vai ser de aproximadamente 30 km. Vai ser uma ferrovia ao longo das mineradoras que produzem no complexo Serra Azul e ligando ao ramal principal que leva o minério para os portos. Estamos aguardando a outorga. Estamos falando em retirar da BR-381 de 2.500 a 3.000 carretas por dia, algo em torno de 20 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e trazer uma tranquilidade para a população. Também estamos estudando um projeto de engenharia para interligar as operações através de correias transportadoras para os terminais de embarque próximos da região.
Itatiaia: Qual o benefício você pode dizer que esse projeto trará para o motorista?
Lucas Kallas: Estamos aguardando a outorga, né? E isso vai ser um benefício. Nós estamos falando em tirar da BR-381, que é a rodovia da morte, em torno de 2.500 a 3.000 carreta. Nós estamos falando em torno de 20 milhões de tonelada de minério de ferro por ano que com esse projeto nosso. Estamos visando tirar essa quantidade de carreta e trazer uma tranquilidade para a população.
Itatiaia: Pode detalhar um pouco mais os projetos?
Lucas Kallas: No caso dos projetos da Cedro, nós estamos estudando e bem adiantando em um projeto de engenharia para tentar interligar as nossas operações através de correias transportadoras para ligar aos terminais de embarque. Hoje, nós andamos cerca de 70 km a 80 km na BR-356 que liga Mariana e Belo Horizonte. Então, estamos estudando um novo terminal, que diminuirá a emissão de carbono. Estamos falando de 60.000 toneladas a menos de carbono. Teremos menos impacto nas rodovias e menos impacto em outras áreas da sociedade. Estamos buscando o carreta zero. Estamos trabalhando fortemente para acabar ou minimizar esse impacto.
Conheça o projeto
Itatiaia: As linhas ferroviárias seriam a solução para desafogar as nossas estradas e diminuir o número de acidentes? Outras empresas estariam interessadas em aderir a esse projeto?
Lucas Kallas: Hoje eu acho se tiver um trabalho conjunto das mineradoras com as concessionárias, que são proprietárias dos dois ramais ferroviários – um Vitória Minas e o outro é BH-Rio – trabalhar em conjunto buscando essa solução, eu acho que que vamos conseguir sim. Vamos conseguir minimizar e muito. Além disso, assinamos um TAC com o Ministério Público para a instalação de um terminal ferroviário na região de Itabirito que já vai desafogar muito a BR-040 e a BR-356. Até nesse ponto, eu parabenizo os prefeitos que estão buscando essa solução. Eu acho que tem que ter um diálogo do setor público com o setor privado e a gente tentar diminuir ao máximo esse impacto para a sociedade e para o nosso Estado.
Itatiaia: Qual a expectativa de geração de emprego?
Lucas Kallas: Na nossa shortline na região do complexo Serra Azul, nós estamos prevendo entre 1.500 a 2.000 empregos diretos na construção, com um investimento que vai chegar em torno de R$ 1,8 bilhão. N funcionamento dessa shortline, mais de aproximadamente 1.000 empregos. É um negócio vai tirar totalmente o impacto das rodovias e diminuir o risco de acidente. Esse é o caminho. Todo mundo junto: setor público e setor privado para diminuir o impacto aí nas rodovias do Estado.
Seja o primeiro a comentar