Valor Econômico – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (8) que seu governo vai voltar a investir na chamada Transnordestina, ferrovia brasileira projetada, originalmente, para ligar o Porto de Pecém, no Ceará, até o cerrado do Piauí.
Lula falou sobre o assunto durante evento, no Palácio do Planalto, no qual assinou a ordem de serviço da duplicação da BR-423, no trecho de 43,1 quilômetros entre as cidades pernambucanas de São Caetano e Lajedo. O ato contou também com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho.
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Em seu discurso, Lula disse que não pretende privilegiar um Estado em detrimento de outros, mas disse que a região Nordeste precisa de “decência”. “Eu não quero tirar nada de nenhuma região. Eu quero apenas repor aquilo que nunca deveriam ter tirado do Nordeste, que é o direito à decência. Vamos retomar a Transnordestina que tem, para mim, um valor muito simbólico”, explicou. “Vamos fazer isso [transnordestina] até Pecém, até Suape”, emendou.
Em seguida, Lula lembrou da transposição do Rio São Francisco, cuja obra integra o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – lançado em agosto – no eixo “Água Para Todos”. “Por isso que tomamos a decisão de fazer a transposição do Rio São Francisco.
A transposição era algo que o próprio Dom Pedro II [Imperador do Brasil], queria fazer. O mapa da transposição é o mesmo que um engenheiro alemão desenhou naquela época. E muita gente era contra [a ideia da transposição do Rio São Francisco]”, acrescentou.
A rodovia BR-423 é importante porque faz a ligação dos Estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia, integrando as cidades de Garanhuns (PE), Ouro Branco (AL) e Paulo Afonso (BA). Todo o empreendimento está incluído no Novo PAC, e tem um investimento público previsto de R$ 554 milhões.
“Quando finalizada, beneficiará diretamente cerca de 300 mil habitantes e possibilitará a redução de acidentes e fretes na região, que se destaca pela produção leiteira e avícola e pelo potencial turístico”, diz o comunicado do governo federal.
Durante o evento no Planalto, Lula disse que o Brasil vivia um “apagão internacional” e seu governo teve que “reconstruir” a imagem do país no exterior. As críticas foram uma indireta à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Tive que reconstruir a imagem do Brasil no exterior, era como se tivesse um apagão internacional. O Brasil não era esperado por nenhum país. O país que já foi a sexta economia do mundo estava praticamente fora do mapa das relações internacional. Nós resolvemos, então, recolocar o Brasil no mapa e voltamos com muita credibilidade. Em nenhum momento da história, esse país foi visto com tanta importância e com tanta gente querendo investir aqui. Hoje somos o segundo país em opção para investimento externo, só perdendo para os EUA”, defendeu.
O presidente disse que agora, no segundo ano do seu mandato, vai focar em viajar o Brasil. “Se eu tive que viajar para que a gente pudesse reconstruir a imagem do Brasil no exterior, eu quero que vocês saibam que agora vou me dedicar a viajar este país. Quero dizer que vai ter muito investimento em educação e em todas as áreas. O que vai fazer este país ficar feliz é o povo com emprego e a massa salarial podendo viajar. Se for para inaugurar uma fábrica de palito de fósforo, eu lá estarei”, defendeu.
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