Folha de S. Paulo – A Prefeitura de São Paulo pretende iniciar em 2024 a construção de duas linhas de VLT (veículos leves sobre trilhos), com quase 12 quilômetros de extensão, no centro da cidade.
As obras deverão custar aproximadamente R$ 3,7 bilhões. Segundo o secretário municipal de Governo, Edson Aparecido, uma parte deverá ser bancada pelo governo federal através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
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A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tiveram pelo menos quatro reuniões para debater a inclusão do projeto no PAC.
Nesta semana, Aparecido também tratou do tema com o ministro das Cidades, Jader Filho, durante a COP 28, o encontro da ONU sobre mudanças climáticas. O evento começou nesta quinta (30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos
“O ministro Jader Filho confirmou que deverá sair R$ 1,4 bilhão para o programa do VLT, que inscrevemos no PAC. Ele já havia conversado com o prefeito. As duas linhas devem custar entre R$ 3,5 bilhões e R$ 3,7 bilhões, restante será pago pelo município”, afirmou o secretário municipal à Folha.
“Vamos, agora, fazer a modelagem. Temos proposta de duas linhas de VLT na área central, que devem complementar a malha viária. É um projeto, inclusive, de requalificação do centro da cidade”, disse Aparecido.
O VLT foi batizado pela gestão Nunes de “Bonde São Paulo”. A princípio, cada uma das duas linhas terá seis quilômetros de extensão. Ao todo, serão 27 estações —13 para cada linha, além de uma extra que conectará as duas na avenida São João.
A reportagem teve acesso ao projeto de VLT elaborado pela prefeitura. O documento estima que a tarifa será de R$ 2,20. Segundo o documento, as obras devem durar até três anos, e as linhas (vermelha e azul) entram em operação em três anos e meio.
A capacidade de cada VLT será de quase 450 passageiros. O veículo deverá ser composto por cinco módulos. Pelo projeto, ele deverá funcionar diariamente de 6h até 0h. O documento aponta ainda que a demanda de passageiros na região é de 134 mil por dia.
Terá, por exemplo, conexões com os terminais Dom Pedro 2º, Bandeira e Princesa Isabel e que, de acordo com a prefeitura, vão ajudar a absorver a população que mora nas outras regiões da cidade e vai para o centro. Também haverá conexões com estações de Metrô e trens.
“Conectados pelo Bonde São Paulo, eles serão integrados mais facilmente a espaços como o Mercado Municipal, Triângulo Histórico, rua 25 de Março, Theatro Municipal, Sala São Paulo e Biblioteca Municipal Mário de Andrade”, diz a prefeitura, citando alguns pontos tradicionais do centro.
“Parques e espaços livres de relevância também passarão a ser acessados pelo Bonde São Paulo, como o Vale do Anhangabaú, parque da Luz, largo do Paissandú, largo do Arouche, praça da Sé, praça Dr. João Mendes, praça da República, parque Dom Pedro 2º e parque Minhocão”, completa a gestão.
Nunes criou um grupo de trabalho para debater como será o projeto. “A Secretaria de Transportes está estudando com as demais empresas do transporte público como será feita a interligação. E a SP Parcerias [responsável pelas concessões do município] estuda qual a modelagem para construção e operação, provavelmente será feito uma PPP [parceria pública privada]”, disse Aparecido.
Durante a COP, o secretário disse que também se reuniu com Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), para debater a liberação de empréstimos de R$ 2,5 bilhões para compra de ônibus elétricos para São Paulo. .
A cidade pretende encerrar o ano que vem com 2.600 ônibus desse tipo, mas atualmente conta com 219. Além do BNDES, a prefeitura também busca empréstimos no Banco Mundial para aquisição dos novos veículos.
Atitude politiqueira, simples assim.