Valor Econômico – As mudanças climáticas já causam “danos à infraestrutura” do Brasil e, consequentemente, vem sendo “prejudiciais ao crescimento” econômico do país. A afirmação foi feita nesta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no Economic Survey Brazil 2023, relatório bianual sobre a economia brasileira.
No documento, a instituição cita estudo de 2021 do Banco Mundial que afirma que esses eventos diminuem o Produto Interno Bruto (PIB) em 1,3% atualmente.
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“A infraestrutura pública [do Brasil] é particularmente vulnerável a choques climáticos em meio a uma rápida, não planejada e descontrolada urbanização”, diz a OCDE. “Secas frequentes e aumento das temperaturas vão criar desafios para fornecimento de energia, particularmente de fontes hidrelétricas.”
A instituição sugere que “planejamento, financiamento e entrega [de obras] de infraestrutura deveriam considerar sistematicamente a resiliência climática, com apoios legislativo e orçamentário”.
“Um portfólio otimizado de ativos de infraestrutura levaria em conta a análise do custo-benefício, com alguns ativos sendo resilientes ao clima, mas não necessariamente todos”, diz.
Para combater as mudanças climáticas de maneira mais ampla, mecanismos de precificação de carbono, por exemplo, “serão essenciais para reduzir a emissão”. Além disso, “um cumprimento mais rigoroso do Código Florestal, somado a recursos mais adequados para agências regulatórios, devem ajudar” na redução do desmatamento.
Expansão em 2024
Depois de uma “forte expansão no começo de 2023”, a atividade econômica no Brasil está “convergindo para o crescimento potencial” e deverá ter alta de 1,8% no ano que vem, segundo a OCDE.
No documento, a OCDE projeta alta de 3% para o PIB neste ano e afirma que a desaceleração do crescimento prevista para 2024 será consequência de uma demanda doméstica enfraquecida.
“Consumo privado e investimentos crescerão em 2024 em ritmo mais moderado do que no passado, por causa de condições de crédito mais restritivas e desaceleração da economia global”, afirma. A instituição projeta, por exemplo, alta de 2,1% para o consumo privado no ano que vem, contra 2,8% previstos para este ano.
A OCDE também diz que os “riscos para a atividade econômica estão equilibrados”. Isso porque o “crescimento mais fraco da China, o principal parceiro comercial do Brasil, poderá diminuir as exportações”.
Por enquanto, a instituição projeta alta de 4% para as vendas totais para o exterior no ano que vem. Já o enfraquecimento da inflação “poderá permitir taxas de juros mais baixas e aumentar os investimentos”. Segundo a instituição, “o crescimento mais lento do crédito e aumentos menores de salários reduzirão a renda das famílias e contribuirão para diminuir a inflação”.
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