Conheça a história e curiosidades da Estrada de Ferro Vitória a Minas

Diário do Comércio – Com 905 quilômetros (km) de ferrovia, sendo 601 km de linhas duplas, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) completa 120 anos nesta segunda-feira (13). Sob a concessão da Vale, a estrada incorpora tecnologias de ponta em suas operações e no treinamento de pessoal, incluindo inteligência artificial, realidade virtual, simuladores, sistemas de monitoramento e equipamentos de alta performance. Com todo esse aparato, a estrada de ferro consegue movimentar por ano cerca de 30% de toda a carga ferroviária do País.

A inteligência artificial se destaca como um dos pilares dessa modernização. Trabalhada por meio de algoritmos avançados, juntamente com câmeras e sensores distribuídos ao longo da ferrovia, a tecnologia possibilita realizar inspeções automáticas em cerca de 3 mil vagões diariamente. Essa metodologia não apenas prevê manutenções, mas também eleva os padrões de segurança e eficiência operacional, contribuindo para a durabilidade do maquinário, conforme explica o diretor da Estrada de Ferro Vitória a Minas, Gildiney Sales.

“A Estrada de Ferro Vitória a Minas traz a inovação em sua essência. Sempre à frente do seu tempo, atuou como mola propulsora do crescimento de diversas cidades e ainda hoje é essencial para a economia do País. Ela antecede à criação da Vale e integra um sistema logístico fundamental para as atividades da empresa”, diz.

Além da inteligência artificial, a inovação permeia outras áreas, como a utilização do carro controle, equipado para medir a geometria da linha férrea, permitindo manutenções preventivas precisas. O carro ultrassom também representa um avanço significativo, identificando potenciais fraturas nos trilhos antes que se tornem problemas maiores.

Tecnologia e eficiência

A tecnologia abrange ainda a análise de todo o material rodante, avaliando desde a condição dos rolamentos até o perfil das rodas. Esses dados são essenciais para o Centro de Controle Operacional (CCO) em Vitória (ES), que coordena o fluxo diário de trens de passageiros e carga, transportando uma diversidade de mercadorias.

Veja, a seguir, mais curiosidades sobre a ferrovia:

  • para o funcionamento da estrada são necessários 3,5 mil colaboradores atuando em diferentes setores;
  • há 317 locomotivas por toda a extensão da EFVM;
  • 12.123 vagões de minério passam pela ferrovia;
  • ao longo do trajeto são 45 túneis (27,5 km), 127 pontes, 185 passagens de nível e 43 passarelas;
  • 27 Equipamentos compõem a via permanente (EGP)

As condições climáticas também são rigorosamente monitoradas, com sistemas de pluviometria e temperatura auxiliando na prevenção de incidentes durante períodos de chuvas intensas ou calor extremo. Isso, juntamente com outras características, confere maior eficiência às operações. São, ao todo:

  • 30 Estações de Vitória a Belo Horizonte
  • 42 municípios atendidos
  • 664 km percorridos em 13,5 horas
  • 740 mil passageiros apenas em 2023

A história da estrada de ferro

Segundo a Vale, o projeto da Estrada de Ferro Vitória a Minas foi aprovado em 1902, enquanto as obras tiveram início no ano seguinte. Em 13 de maio de 1904 foi inaugurado o primeiro trecho com 30 km entre as estações Porto Velho, em Cariacica (ES), se estendendo até Alfredo Maia, no município de Santa Leopoldina, no mesmo estado.

Naquela época, os trens de carga e de passageiros já circulavam juntos. As operações tiveram início com duas locomotivas do tipo Mogul Hartman fabricadas na Alemanha com 12 vagões abertos e um fechado, além de um carro de passageiros.

Segundo os registros históricos, o traçado original da ferrovia não passava por Itabira – berço da mineração em Minas Gerais, devido à topografia acidentada e a dificuldade de acesso à região. Porém, com a fundação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em 1942, pelo então presidente Getúlio Vargas, a empresa incorporou a Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia (que havia absorvido a EFVM) e a Companhia Itabira de Mineração, que estava em fase de organização. Também recebeu do governo federal a posse das jazidas de minério de ferro de Minas Gerais.

Foi somente em 1943 que foram entregues as estações que faltavam para completar o trajeto da estrada de ferro, sendo aberta uma no município de Nova Era com o nome de Estação Capoeirana, além de três situadas em Itabira, na região Central do Estado. Na cidade, as estações receberam os seguintes nomes: Oliveira Castro, Engenheiro Laboriau e Itabira.

Estrada já teve o maior trem do mundo em bitola métrica

Um dos principais feitos que ocorreu na estrada de ferro data do ano de 1970. Naquela época, passou a funcionar o maior trem do mundo em bitola métrica. O maquinário possuía 150 vagões e 1.550 metros de extensão, puxado por locomotivas diesel elétricas de 3.900 HP. Na prática, 1 HP equivale a aproximadamente 746 Watts.

Em 2002, passou a ser utilizado o trem de 320 vagões, composição com quase três km de extensão. Um ano depois, a Vale alcançou o recorde de 119,7 milhões de toneladas de carga transportadas na ferrovia.

Um dos fatos mais interessantes é que no passado, para fazer a retirada de trilhos para troca ou manutenção, era feita de forma totalmente manual, sendo necessárias várias pessoas para grampear ou levantar um único trilho. Entretanto, hoje, todo o movimento é feito com auxílio de guindastes.

‌Fonte: https://diariodocomercio.com.br/variedades/historia-estrada-de-ferro-vitoria-a-minas/#gref

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