CBN – Mesmo depois da promessa de retomada feita pelo governo do estado, as obras do metrô da Gávea seguem paralisadas. No início de abril, o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, tinha dito à CBN que tudo seria resolvido ainda naquele mês. Depois, deu um novo prazo, maio. E agora, quase dois meses depois, o canteiro de obras continua vazio.
O Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre estado, concessionárias e o Ministério Público foi entregue ao Tribunal de Contas no dia 14 de maio, e segue à espera da análise dos conselheiros e sem data certa para ser homologado. Essa etapa no TCE é a última para que o TAC passe a valer e, assim, as obras possam ser retomadas.
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O estado estima que a construção da estação vai custar cerca de R$ 700 milhões. A concessionária MetrôRio, que já administra as Linhas 1 e 2 da rede metroviária, irá investir R$ 600 milhões na construção da estação. Em troca, a empresa terá unificação da concessão e a renovação dos contratos por mais 10 anos. A cargo do governo do Rio ficará os outros 100 milhões. A previsão é que as intervenções durem pouco mais de dois anos (26 meses).
A implantação da Linha 4 começou ainda em 2010. Inicialmente, toda a composição deveria estar pronta para a Olimpíada de 2016, quando o metrô começou a circular no trecho entre Ipanema e Barra da Tijuca. No entanto, as obras de extensão à Estação Gávea foram paralisadas ainda em 2015 por suspeita de superfaturamento, conforme apurado pelo próprio Tribunal de Contas do Estado. Desde então, o terreno ao lado da PUC, com dois buracos de 50 metros de profundidade escavados, está abandonado.
A solução foi encher as crateras de água para conter o peso da estrutura e não colapsar, mas a validade dessa medida era de cinco anos, e se encerrou em janeiro do ano passado. Um relatório do departamento da PUC Rio, que participou dos estudos do local, apontou que um possível incidente teria reflexo em todos os prédios do entorno.
O presidente da Associações dos Moradores da Gávea, Rene Hasenclever, afirmou que a entidade planeja um protesto em frente ao terreno da estação no próximo mês por causa da demora do retorno das obras. Hasenclever ainda questionou os falsos prazos dado pelo governo para a associação.
Relembre o projeto
A estação não vai contar, inicialmente, com ligação direta com o Leblon. Pelo atual projeto do governo do Estado, os passageiros deverão fazer uma baldeação obrigatória na estação São Conrado. Segundo o MetrôRio, o tempo de deslocamento entre a futura estação Gávea e São Conrado vai ser de 2 minutos e 50 segundos. Portanto, para sair da Gávea e ir para o Leblon ou bairros subsequentes, como Copacabana, Botafogo, Centro e Tijuca, a baldeação será obrigatória.
O que dizem os citados
Em nota, o TCE-RJ afirmou que trata o tema com o cuidado e a celeridade que exige. No entanto, ainda não é possível precisar uma data para o que processo seja levado a plenário. Após aprovação, o acordo com a MetrôRio e com empreiteiras poderá ser assinado e as obras, que estão paradas há quase 10 anos, serão reiniciadas.
Em novo contato com a CBN, o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, prometeu um terceiro prazo para a retomada das obras: julho. Washington afirmou que o TCE vai liberar o TAC no próximo dia 3, e depois o governo dará prosseguimento ao memorial para construção da estação.
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