Rumo (RAIL3): o que a venda de terminal no Porto de Santos sinaliza sobre as ações?

Infomoney – A empresa de logística Rumo (RAIL3) anunciou na última quarta-feira (29) a venda de sua participação de 50% no terminal portuário T39 no Porto de Santos, utilizado principalmente para exportação de farelo de soja, para um consórcio formado pela Bunge e Zen-Noh Grain Corporation. O valor da participação da RUMO no terminal é de R$ 600 milhões, correspondendo a um valor patrimonial de aproximadamente R$ 550 milhões.

Segundo cálculos do Bradesco BBI, a cifra representa R$ 0,30 por ação ordinária da companhia, resultado em um Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2023 de 8,7 vezes e Preço (P) /Lucro (L) 2023 de 16,8 vezes, antes os respectivos múltiplos de negociação de 7,6 vezes e 16,6 vezes. Esse valuation também está alinhado com o múltiplo de 16,6 vezes P/L nos 12 últimos meses na venda de sua participação de 80% na EPSA para a CLI em julho de 2022.

O BBI comenta que o T39 é um ativo maduro, e este acordo faz parte da estratégia de reciclagem de capital da Rumo para fortalecer seu balanço e financiar a construção de seu novo terminal de granéis sólidos de R$ 2,5 bilhões a ser operado pela DPW, que garantirá capacidade portuária ao projeto ferroviário Lucas do Rio Verde. O BBI mantém recomendação de compra e preço-alvo de R$ 29.

A XP Investimentos vê o anúncio como positivo e reforçando a estratégia da Rumo de concentrar seus esforços de investimento na geração de valor em seu core business.

O time de análise da XP destaca o valuation de 8 vezes o EV/Ebitda para 2023 e 16,8 vezes P/L 2023, dada a coerência estratégica das transações; (ii) demonstra o contínuo interesse das tradings em ter Santos como rota de exportação e também na expansão de sua capacidade; e (iii) reforça a visão de que há interesse de empresas na parceria com a Rumo para a construção de novo terminal em parceria com a DPW em Santos. A XP reitera recomendação de compra para Rumo.

O JPMorgan também classificou a transação como positiva, pois reforça a estratégia de reciclagem de capital da Rumo, focando em seu programa principal de expansão enquanto mantém a disciplina financeira, semelhante ao racional da venda do Porto Elevador no final de 2022.

Segundo o banco americano, a transação implica uma redução da dívida líquida/EBITDA estimada para 2024 de 2,3x vezes para 2,2 vezes (incluindo o projeto LDRV), assumindo que o pagamento será concluído até o 4T24.

O JPMorgan mantém recomendação de equivalente à compra para RAIL3 e preço-alvo de R$ 30, negociando a 7,0x EV/Ebitda para 2024, com um desconto de 30% em relação aos níveis históricos.

Para o BTG Pactual, a venda destaca a capacidade da Rumo de levantar caixa durante um período de altos custos de capital, preparando-se para dois projetos principais: (i) aumentar a capacidade de exportação no Porto de Santos; e (ii) expandir sua capacidade de produção em Mato Grosso via Lucas do Rio Verde. Também está alinhada com a estratégia da empresa de redimensionamento por meio da venda de ativos não essenciais. “Reafirmamos nossa visão positiva sobre a Rumo, que consideramos uma tese de investimento promissora e exposta perspectiva de crescimento do volume de grãos do Brasil”, avalia.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/mercados/rumo-rail3-o-que-a-venda-de-terminal-no-porto-de-santos-sinaliza-sobre-as-acoes/

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