R7 – O presidente do Metrô-DF (Companhia do Metropolitano do Distrito Federal), Handerson Cabral, afirmou neste domingo (14) que a frota da empresa é “100% segura”, apesar do incêndio que atingiu um dos trens da companhia na noite desse sábado (13), entre as estações 110 Sul e 114 Sul. Cabral chamou o episódio de “fatalidade”. Ninguém ficou ferido. Foi o segundo incêndio no Metrô-DF em seis meses — em janeiro deste ano, um vagão pegou fogo próximo à estação Águas Claras, no sentido Samambaia.
“100% da frota está segura. Apesar do evento de ontem, 100% dos trens estão aptos a serem usados e a circularem, levando os passageiros. As equipes estão treinadas e habilitadas para, em caso de incidentes, agir para defender o usuário. Precisamos melhorar, já entendemos isso, [mas] foi uma fatalidade. Vamos rever mais melhorias dentro dos procedimentos”, declarou em coletiva de imprensa.
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Depois do incêndio, a circulação do metrô foi interrompida por cerca de duas horas e retomada por volta das 22h desse sábado (13). Os trens funcionaram normalmente na manhã deste domingo (14), situação que deve ser mantida para segunda-feira (15).
O presidente afirmou que o vagão incendiado no sábado (13) estava há cerca de 30 anos em circulação. Todas as manutenções estavam em dia. “Em janeiro [depois do primeiro incêndio], fizemos uma inspeção termográfica Esse trem de ontem passou pelo teste e nada foi identificado, de alerta, de troca, nada. Sob o ponto de vista de manutenção e engenharia, estávamos totalmente tranquilos. Todas as manutenções [a que o trem foi submetido] foram preventivas, nenhuma do tipo corretiva, aquela em que [o vagão passa depois que] apresenta problema’, completou, ao reforçar que a próxima manutenção prevista seria em nove dias.
Segundo Cabral, a perícia da Polícia Civil do DF vai atuar no caso, para entender “o que pode ter ocasionado esse incêndio”. A expectativa é que o Conselho Permanente de Segurança do Metrô-DF, formado por engenheiros, monte um grupo de trabalho nesta segunda (15). A equipe vai avaliar o episódio tecnicamente e emitir um relatório final sobre o caso “tão logo seja possível”.
O fabricante do vagão que pegou fogo nesse sábado (13) é o mesmo responsável pela construção do carro incendiado em janeiro. “Hoje pela manhã, tive uma conversa com diretores da empresa fabricante dos trens, para que possam vir nos auxiliar em uma inspeção mais detalhada e determinar, eventualmente, um programa de manutenção, reabilitação ou plano de ataque para identificar se é um componente ou o sistema que tem causado esse tipo de incidente. Identificada essa causa, vamos planejar, junto com o fabricante, ação de reabilitação especialmente para esses trens, para mitigar e eliminar esse tipo de risco”, destacou o presidente.
Alterações no protocolo de segurança
Cabral afirmou, ainda, que o Metrô-DF vai mudar o procedimento padrão para casos parecidos. O processo atual determina que, ao apresentar qualquer indício, como sinal de fumaça, o carro deve ser esvaziado e levado ao pátio de manutenção — normas seguidas pelo piloto no sábado (13).
“Se houver sinal de fumaça, o trem não só será desenergizado e desligado, mas vai permanecer na linha onde estiver para que equipe de manutenção possa ir até o trem [em vez de o trem ser levado até a equipe] para uma avaliação mais profunda e autorização de retirada do local. É mais seguro e prudente ter um trem parado do que fazer retirada do trem e ter incidente como esse, de incêndio dentro do trem”, completou.
Com o incidente, o Metrô-DF vai remanejar os vagões restantes para diminuir o impacto sobre as linhas. A expectativa é que o trem incendiado no sábado (13) retome a circulação em 30 dias. O carro atingido em janeiro ainda não voltou a funcionar — segundo Cabral, a retomada deve ocorrer em cerca de três meses.
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