G1 – Grande parte das ferrovias do Rio Grande do Sul está obstruída desde as enchentes de maio e, por conta disso, o estado não tem ligação com o restante do país. O principal impacto está associado ao transporte de combustíveis, já que 80% do etanol chega ao estado pelos trilhos.
Quatro pontos de bloqueio interrompem as ferrovias. Em alguns trechos, túneis estão interrompidos por dejetos. Em outros, a estrada cedeu ou os trilhos foram levados pela força da água, como registrado por trilheiros no trecho da Ferrovia do Trigo, que liga Roca Sales a Passo Fundo.
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O etanol que chega ao estado tem como fim o abastecimento de veículos e a produção do plástico verde. Para chegar ao Polo Petroquímico de Triunfo, navios e caminhões têm feito o transporte do insumo.
A distribuição de gasolina pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, para todo o estado também foi comprometida. Antes feito pelos trilhos, desde maio o transporte ocorre através de caminhões.
Em todo o estado, apenas um traçado ferroviário segue em funcionamento. Ele sai de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, e chega até o porto de Rio Grande, na Região Sul. O trajeto, que é usado no transporte de grãos, precisou ter a operação reduzida. Das oito viagens diárias antes da enchente, apenas duas estão em operação.
Por conta disso, somente 480 dos 700 funcionários contratados estão trabalhando, segundo o Sindicato dos Ferroviários do RS. Além disso, muitos deles foram realocados em outros estados.
“Na situação que alguns tiveram, com as casas invadidas pelas águas, aceitaram a remoção para uma base tanto de São Paulo quanto Paraná. São 200 funcionários que foram convidados a ser transferidos. Acreditamos que 150 já aceitaram viver uma nova vida lá”, afirma o presidente do Sindicato, João Calegari.
O governo estadual criticou a falta de investimento da concessionária responsável pela Malha Sul até 2027, a Rumo.
À RBS TV, a Rumo afirmou, em nota, que “está mobilizada no levantamento e avaliação de todos os danos causados pelas chuvas que impactaram o estado” e que “não é possível estimar prazos sobre os procedimentos necessários”(leia a íntegra abaixo). A empresa também disse que prepara um relatório com os prejuízos, que deve ser apresentado em 19 de agosto para os governos federal e estadual.
A Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (SNTF) disse que recebeu um ofício do governo estadual sobre os problemas enfrentados pelas ferrovias e que “será criado um grupo de trabalho” para analisar o caso.
Nota da Rumo:
“A empresa está mobilizada no levantamento e avaliação de todos os danos causados pelas chuvas que impactaram o estado. Dada a complexidade e abrangência da situação, ainda não é possível estimar prazos sobre os procedimentos necessários. Nesse sentido, estão sendo oferecidas oportunidades de realocação para outras funções e/ou localidades a todos os colaboradores cujas atividades estão interrompidas desde o final de abril, em condições atrativas para preservar a empregabilidade, em condições específicas negociadas com sindicato. A empresa segue em diálogo com o Governo Federal (poder concedente) e demais autoridades competentes do setor para avaliação conjunta do cenário.”
Me interesso por informações de novas concessões de novas estradas de ferro e ampliações das existentes.
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