Metrópoles – O ex-superintendente da área de ferrovias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ismael Trinks, ganhou um cargo de direção na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), empresa que controla a Transnordestina e uma extensa malha ferroviária na região Sudeste.
A superintendência que Trinks chefiou entre abril de 2022 e maio deste ano é responsável por fiscalizar, controlar e regular as ferrovias brasileiras. A legislação impede que ex-ocupantes de cargos no Poder Executivo com informações privilegiadas assumam de imediato vagas em empresas da mesma área de atuação, já que isso pode configurar conflito de interesse.
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Esse poderia ser o caso de Trinks. No entanto, o ex-superintendente da ANTT, que atualmente é diretor de relações governamentais da CSN, garantiu que seu cargo na siderúrgica atua apenas na área portuária, e se comprometeu a fazer uma quarentena de seis meses sem trabalhar com qualquer assunto ligado a ferrovias dentro CSN.
Considerando a condição de Trinks atuar apenas na área de portos, a Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República autorizou em voto de maio deste ano que o ex-superintendente assumisse de imediato a vaga na CSN.
Veja o documento completo aqui.
Palpites sobre ferrovias
Apesar da condição imposta pela CEP, Ismael Trinks reconheceu para a reportagem do Metrópoles que ocasionalmente é consultado sobre assuntos relacionados a ferrovias dentro da CSN, mas que evita atender esse tipo de demanda.
“Olha, na verdade, às vezes até acontece, e aí é extremamente técnica, não tem nenhum tipo de interferência. Mas eu, a princípio, tento evitar ao máximo dar qualquer pitaco, digamos”, afirmou o ex-superintendente quando questionado se pediam “pitacos” sobre ferrovias dentro da CSN.
Em um seminário da Câmara de Comércio França-Brasil em novembro de 2023, o então superintendente Ismael Trinks declarou que ama o setor ferroviário. Ele tem vasta experiência na área.
Durante a gestão de Trinks na ANTT, a superintendência dele tomou decisões como as aprovações de um aumento tarifário e de um projeto para emissão de títulos de dívidas para a Transnordestina, e autorizações de desapropriação para a MRS Logística, braço da CSN que opera ferrovias no Sudeste.
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