Campo Grande News – Integrante do grupo de trabalho do governo federal que concluiu o processo de relicitação da Malha Oeste, a diretora do Departamento de Obras e Projetos do Ministério dos Transportes, Mariane Figueiredo da Silva Araújo, revelou detalhes do novo texto.
Segundo ela, o prazo contratual para a nova concessão será de 60 anos. “Fizemos uma consulta ao mercado, com operadores ferroviários e investidores e o resultado foi que não conseguimos um empreendedor para a malha completa, mas que havia interessados para partes da malha. Então passamos a pensar como não ‘picotar a malha’, para manter a integração e ao mesmo tempo trazer uma atratividade para o empreendedor operar e revitalizar a malha”, destacou.
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O projeto prevê ainda que as obras no trecho entre Mairinque (SP) e Campo Grande (MS) devem ser feitas entre 2027 e 2029 e entre 2029 e 2031 de Campo Grande a Corumbá (MS). “Fizemos então um desenho que hoje a ANTT está apresentando para o TCU [Tribunal de Contas da União] para poder lançar, de forma a flexibilizar para o licitante, com a possibilidade de devolução de trechos aos governos estaduais de Mato Grosso do Sul e São Paulo”, divulgou a diretora.
Em 2023 criou-se um grupo de trabalho para estudos para que em 2025 seja o prazo máximo previsto para a relicitação do ativo. O Governo do Estado estima que sejam necessários R$ 4 bilhões para a revitalização da malha.
“Esse recurso seria para a requalificação da ferrovia, com a substituição de dormentes. É uma ferrovia já existente, tem o berço já pacificado, não há necessidade de novas desapropriações e ela já corta o estado. Hoje, para fazer a construção de uma nova ferrovia precisaria de muito estudo de impacto ambiental e muito mais recursos. Temos que aproveitar aquilo que já está pronto. Temos um incremento significativo de cargas de mineração em Corumbá, com o licenciamento para 15 milhões de toneladas, sendo que a projeção dos próximos anos é de 50 milhões de toneladas. Isso torna evidente que precisamos atender a demanda, visto que é um local com muita geração de emprego. A ferrovia é o transporte mais adequado quando se fala de minério, que tem a necessidade de seguir longas distâncias, com um custo muito mais baixo do que pela rodovia”, argumentou o representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), assessor Lucio Lagemann, .
Ainda segundo o assessor da Semadesc, o Governo do Estado estima que com as novas fábricas do setor de celulose na região Leste, com aproximadamente 1,5 milhão de hectares de eucalipto plantados, a ferrovia reativada também iria beneficiar o escoamento da produção. “Sem contar a soja e o milho, cujo escoamento era feito, antigamente, via ferrovia. E perdemos isso. Só no trecho de Campo Grande a Três Lagoas, pela BR-262, trafegam 6 mil caminhões por dia. Isso é um perigo para a segurança do usuário, além de ser um transporte caro. Outra questão é o uso de fertilizantes pelo Estado, comprados da Bolívia, um grande fornecedor, que a reativação do trecho de 75 quilômetros de Corumbá a Porto Esperança vai ajudar a manter a boa relação”, contabilizou.
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