Valor Econômico – O ônibus é a única alternativa de locomoção disponível a 52,7% dos usuários de transporte no Brasil, indicou a nova Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, lançada na quarta-feira (7). O levantamento, realizado de 18 de abril a 11 de maio deste ano, em 319 municípios com mais de 100 mil habitantes, buscou identificar os principais modos de transporte utilizados pela população, além de avaliar a percepção dos passageiros sobre o setor de transporte urbano no país.
Já o percentual de pessoas que utilizam ônibus diminuiu em relação à pesquisa anterior, realizada em 2017. A parcela, agora, é de 30,9%, ante 45,2% que utilizavam esse veículo no levantamento de 2017. Já o uso do metrô caiu de 4,6% para 4,2% entre os usuários consultados.
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A Confederação Nacional do Transporte (CNT) avalia que entre os fatores que podem ter influenciado a queda do uso do transporte coletivo estão o aumento da utilização do carro próprio, que passou de 22,2% para 29,6% no período, e a obtenção de moto própria, que também teve um salto significativo, de 5,1% para 10,9% em sete anos.
Os serviços de transporte por aplicativos também foram considerados no levantamento. Esta modalidade, que envolve o uso de veículo particular, teve uma “evolução expressiva” de uso nesse período, passando de 1%, em 2017, para 11,1%, em 2024. Isso também deve ter contribuído, na avaliação dos pesquisadores, para a redução da procura por transporte público.
A pesquisa, feita com o apoio da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), demonstra que a maior parte dos entrevistados (56,9%) tem evitado o uso da rede pública de transporte. Uma parcela de 29,4% indicou que deixou de usar totalmente o ônibus, e a outra, 27,5%, admitiu que diminuiu o uso.
De acordo com a sondagem, as classes C e D/E respondem pelo estrato social que mais se deslocam por ônibus (79,2%), trem urbano/metropolitano (77,1%) e metrô (62,3%). Os altos percentuais, segundo os pesquisadores, demonstram que as políticas públicas voltadas para o transporte público beneficiam diretamente a população com menor poder aquisitivo.
Os diretores da CNT e da NTU ressaltam ainda a importância de tratar dos assuntos levantados pela pesquisa neste ano de eleições municipais.
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