Valor Econômico – O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou que a empresa tem algumas alavancas-chave em sua estratégia. O executivo frisou que a companhia busca atingir a capacidade de produção de minério de ferro e ao mesmo tempo que persegue uma cultura de segurança e performance.
Segundo ele, em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, a Vale perdeu um pouco da competitividade, mas as alterações que serão implementadas pela nova gestão vão permitir retomar essa agenda. Pimenta, que era vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores, comanda a mineradora desde o começo de outubro.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Pimenta ressaltou que a companhia vai continuar a estratégia de dar prioridade a valores na comparação com volumes.
No passado, antes dos rompimentos das barragens da Samarco, em Mariana, e da própria Vale, em Brumadinho, a companhia chegou a ter meta de atingir produção anual de 400 milhões de toneladas. Depois de Brumadinho, a empresa passou a ter limitações de produção e passou a ter como estratégia o foco em produzir minério de qualidade, o que chamou de “valor sobre volume” (valor over volume, em inglês).
O executivo lembrou que no atual momento, quando a companhia consegue atingir as metas de produção e elevá-las, a grande vantagem não vem só do volume – a meta para este ano é produzir entre 323 milhões e 330 milhões de toneladas -, mas, sim, da flexibilidade permitida.
“Depois de Brumadinho, perdemos a flexibilidade. Mais importante que o volume, é poder tomar as decisões de acordo com o mercado para maximizar a produtividade”, disse.
Rogério Nogueira, vice-presidente interino de soluções de minério de ferro, afirmou que a Vale gostaria de reduzir a oferta de produtos de alta sílica. “Estamos muito orientados à maximização de valor do portfólio”, disse.
Pimenta afirmou que um dos focos da mineradora em sua gestão estará na tomada de decisões cruciais para melhorar a competitividade da empresa. “Vamos acelerar a estratégia de minério de ferro premium”, frisou Pimenta em sua primeira teleconferência de resultados como presidente da companhia. Ele acrescentou que, em suas primeiras semanas no comando da empresa, foram definidas as áreas de foco daqui para frente.
O executivo disse que a empresa quer atingir no futuro produção de 350 milhões de toneladas, com 80% disso em produtos de alta qualidade, como produtos de Carajás e aglomerados.
Acrescentou ainda que a empresa vai trabalhar em estreita colaboração com a sociedade e afirmou que cada pilar será trabalhado com objetivos concretos.
Um dos focos continuará na segurança e Pimenta disse que a empresa vai seguir trabalhando para eliminar as barragens a montante no país. Das 30 estruturas desse tipo no portfólio da empresa, 16 já foram descaracterizadas.
Sobre o lado operacional, lembrou que a Vale teve no terceiro trimestre a maior produção de minério de ferro desde 2018 e afirmou que está confiante de terminar o ano com produção entre 323 milhões e 330 milhões de toneladas de minério de ferro produzidas.
Minérios e transição energética
O presidente da Vale afirmou nesta sexta-feira que o Brasil tem muitas jazidas de minérios para a transição energética. Em teleconferência, Pimenta citou o níquel como um dos produtos importantes para a companhia no cenário de transição energética. O executivo também reforçou a importância do Brasil no portfólio: “Brasil tem enorme potencial em termos de reservas de minérios.”
“Há a discussão de como acelerar o desenvolvimento do país. Temos avançado nas discussões sobre a regulação de cavidades de mineração. Sabemos que a legislação precisa ser melhorada. Vamos poder destravar potencial do país e da Vale para aumentar a produção”, afirmou. “A vantagem da nossa carteira nos metais está nos nossos ativos.”
Questionado sobre possibilidades de parcerias, Shaun Usmar, presidente da Vale Base Metals disse: “Nossa maior oportunidade [em termos de crescimento] está dentro da empresa”.
Seja o primeiro a comentar