Diário de Pernambuco – Empresas responsáveis pela Ferrovia Nova Transnordestina acusam o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Nordeste (Sindfer-NE) de agir com má-fé ao denunciar suposto “abandono” da malha que já existia em Pernambuco. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Em nota enviado ao Diario de Pernambuco, a empresa Ferrovia Transnordestina Logística SA (FTL), que é controlada pelo grupo CSN e recebeu a concessão das ferrovias antigas, afirma que herdou “grande parte da malha”, antes operada pela estatal Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), já sem viabilidade para rodar trens de carga com segurança.
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“Hoje, a concessionária opera uma linha de 1,2 mil quilômetros conectando Ceará, Piauí e Maranhão”, afirma. “Os demais trechos que a integram estão em processo de devolução, que vem sendo discutido com muita responsabilidade pela empresa com o Governo Federal, dentro de Grupo de Trabalho liderado pelo Ministério dos Transportes e com participação da ANTT, INFRA e DNIT”.
Ainda segundo a empresa, a “necessidade de saneamento do contrato” e a “devolução de trechos” não seriam exclusividade da FTL. “Há negociações similares em várias ferrovias do país que igualmente assumiram malhas antigas e hoje obsoletas”, afirma.
A empresa se tornou alvo de inquérito do MPF, instaurado no mês passado, após denúncia do sindicato. De acordo com a entidade, a concessionária teria recebido a infraestrutura “em perfeitas condições de uso e funcionamento”.
“Há anos a vegetação e terceiros invadiram a propriedade e ocupam as estações e pátios”, afirma o Sindfer-NE, em representação ao MPF. “É notável o caso de vilipendiamento e dilapidação do patrimônio público.”
Nos autos, o sindicato também questiona a desistência do grupo econômico em construir o ramal Salgueiro-Suape. Essas obras estavam sob responsabilidade da Transnordestina Logística S/A (TLSA), empresa que também é controlada pelo grupo CSN, até 2022.
A TLSA alegou inviabilidade financeira para concluir a construção do ramal pernambucano e, com aval do Tribunal de Contas da União (TCU), conseguiu manter apenas as obras até o Porto de Pecém, no Ceará.
“São contratos com objetos distintos e devidamente acompanhados pelo agente regulador (ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres)”, afirmam as empresas.
“A denúncia feita pelo Sindfer-NE comprova a má-fé de seus dirigentes, que têm ciência das distinções entre as malhas operadas pela TLSA e pela FTL, assim como da inviabilidade da operação de trens de carga com segurança em grande parte da malha concedida a esta última.”
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