O Globo – Não bastasse a baixa qualidade do serviço, os usuários do trem enfrentam ainda a violência urbana no trajeto sobre trilhos. Na noite desta segunda-feira, criminosos invadiram a estação do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, e assaltaram passageiros dentro de uma composição. Segundo o jornal O Dia, uma testemunha informou que três homens que estavam armados cometeram o crime.
A SuperVia afirmou que agentes da concessionária precisaram acionar as forças de segurança para tomar as providências necessárias depois de um assalto dentro de uma composição, que aconteceu por volta das 22h.
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“A concessionária lamenta o ocorrido e lembra que atua em parcerias para garantir a integridade de seus colaboradores e clientes”, diz a nota.
A empresa informou ainda que possui uma parceria com o Disque Denúncia, para que os passageiros façam denúncias de forma anônima pelo telefone (21) 2253-1177 ou via QR Code disponível nos trens e estações. As denúncias são encaminhadas às autoridades de segurança, fortalecendo as ações preventivas e de combate a diversos crimes.
A Polícia Militar disse que trabalha em parceria com a delegacia da região para identificar e prender os responsáveis por esse tipo de delito. A corporação informou que mantém policiamento no entorno das estações e atua diuturnamente em apoio a concessionária, sempre que solicitada. O Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) realiza patrulhamento nas plataformas da estação.
Nas redes, um internauta faz um desabafo: “Assalto em trem se tornou rotina, eu mesmo fui, fiz BO, reclamei na supervia e nada. Isso aí ta largado, não ter polícia ferroviária é um absurdo”, disse.
Insegurança afeta serviço
A violência urbana é um fator preocupante para passageiros de trem no Rio, seja por confrontos nas favelas do entorno, seja por furto de cabos. Por causa de tiroteios, segundo a SuperVia, a circulação de trens foi interrompida 16 vezes no ano passado, e 17 em 2023. Além disso, nos dois últimos anos, a concessionária contabiliza mais de 147 mil metros de cabos furtados, o que provoca paralisações e atrasos.
Na última quinta-feira, a empregada doméstica Cristiane da Silva Valente ficou 40 minutos na Central do Brasil esperando que fosse normalizada a linha para o trem sair.
— Acontece com frequência. Estou cansada, viajo em pé, espremida, e ainda demoro mais porque roubaram cabos ou tem tiroteio — lamentou a moradora de Nova Iguaçu.
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