Valor Econômico – O déficit de investimentos em infraestrutura na América Latina e Caribe é superior a US$ 250 bilhões ao ano, aponta o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O dado se refere à deficiência de infraestrutura econômica, como portos, rodovias e linhas de transmissão, mas também à infraestrutura social: escolas, hospitais, parque e espaços públicos.
“O setor público não tem capacidade de abordar o problema sozinho”, disse o vice-presidente executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Jordan Schwartz, durante abertura do evento PPP Americas, na capital peruana. Nesta edição, as parcerias entre empresas e governos serão o tema central.
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Nos últimos 30 anos, a América Latina e Caribe receberam US$ 770 milhões em investimentos privados em infraestrutura, quase 25% a mais do que os países da Ásia e Caribe, informou o BID.
“Investir em infraestrutura sustentável gera um impacto positivo direto no crescimento econômico: cada dólar investido em infraestrutura de qualidade pode gerar até quatro dólares em retornos econômicos”, diz nota distribuída pelo organismo. Na mão contrária, “não investir em infraestrutura freia o desenvolvimento e, se estima, teria um impacto negativo do PIB em até 15%.”
O BID estima que a região precisa de investimentos de 0,5% do PIB ao ano para suprir as deficiências em água e saneamento. “Um investimento dessa magnitude seria inviável com recursos públicos”, diz a nota. “Daí a importância de mobilizar o capital privado para avançar os investimentos necessários nesse setor.”
O Peru tem um portfólio de US$ 70 bilhões em associações entre empresas e governo, informou o ministro da Economia e Finanças do país, José Antonio Salardi Rodríguez. “Estamos convencidos que é a melhor maneira.” O país já conta com hospitais operando nesse sistema, informou, e demonstram ser possível o Estado oferecer melhores serviços na área.
O país também conta com experiências na área de saneamento, citou o representante do BID no Peru, Tomás Lopes-Teixeira. O organismo internacional tem oferecido, além dos financiamentos, assistência técnica de alto nível para temas como resolução de conflitos (entre os sócios público e privado) e fortalecimento de projetos.
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