Avançam as obras do metrô em Samambaia com a expansão da Linha 1

Correio Braziliense – Iniciadas na última semana, as obras da expansão da Linha 1 do Metrô-DF estão em pleno funcionamento e devem durar entre dois e quatro anos, segundo previsão do vencedor da licitação, o Consórcio CG-JFJ, formado pelas empresas CG Construções LTDA e JFJ Tecnologia em Instalações Elétricas. A previsão inicial de custo é de R$ 348.976.013,45 em valores atualizados, que chegam a mais de R$ 400 milhões com os demais custos associados. O montante é proveniente do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — obra financiada pelo novo PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal. Até o momento, já foram investidos R$ 16.361.795,24.

A estimativa é de que a expansão beneficie entre 12 mil e 15 mil pessoas, que utilizarão o transporte diariamente. No ato de assinatura da ordem de serviço, que aconteceu em fevereiro, o diretor-presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, informou que foi aprovado pelo Ministério das Cidades o projeto para a compra de 15 novos trens para o Metrô-DF. Segundo ele, a companhia está em busca de financiamento, tanto do BNDES quanto de outras fontes, inclusive internacionais. O custo previsto é de R$ 900 milhões. De acordo com o presidente, a expectativa é de que os trens sejam adquiridos até o fim das obras de expansão. 

No momento, estão sendo construídas duas novas estações em Samambaia, além de uma estação de energia e um emissário, estrutura essencial para evitar inundações, erosões e danos ambientais. Localizado no Parque Gatumé e formado por uma bacia de amortecimento e um canal de restituição de águas pluviais, o emissário fica distante cerca de 5,5km da nova via do Metrô-DF. As estações nº 35 e nº 36 serão construídas nas proximidades da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e do Centro Olímpico, sendo que esta última passará a ser a estação terminal do trecho de Samambaia.

“A construção da bacia está sendo realizada em uma área com vegetação local, e todos os estudos necessários foram conduzidos para garantir o respeito às normas e legislações ambientais”, ressaltou Handerson Cabral. “As obras receberam todas as licenças ambientais exigidas, emitidas pelos órgãos competentes, e foram planejadas para minimizar os impactos e para preservar a vegetação e os recursos hídricos da região”, completa.

Serão 3,6 quilômetros a mais de via, a partir da estação Terminal Samambaia até o subcentro oeste do bairro, próximo à 1ª Avenida Sul, que conecta Samambaia Norte à Samambaia Sul. A expectativa é que, até o final de julho 10% da obra esteja executada.

Ao todo, 179 pessoas estão trabalhando nas obras, incluindo empreiteiros e administrativo. Ao longo do trajeto, haverá duas novas estações, cada uma com 7 mil metros quadrados de área construída: as estações nº 35 e nº 36 serão construídas nas proximidades da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e do Centro Olímpico, sendo que esta última passará a ser a estação terminal do trecho de Samambaia. Também serão construídos três viadutos com passagem de pedestre integrada e quatro passarelas aéreas, localizadas nos principais pontos de circulação já utilizados pela população.

As linhas

O Metrô-DF tem 42,38km e liga a região administrativa de Brasília às de Ceilândia e Samambaia, passando pela Asa Sul, Setor Policial Sul, Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), Guará, Park Way, Águas Claras e Taguatinga. Transporta entre 160 mil e 180 mil usuários por dia útil.

A via do Metrô-DF possui o formato de Y. Dessa forma, 19,19 km constituem o eixo principal e interligam a Estação Central (localizada na Rodoviária do Plano Piloto) à Estação Águas Claras. Outros 14,31km compreendem o ramal que parte da estação Águas Claras até Ceilândia Norte. O outro ramal, com 8,8km, abrange o trecho que liga a estação Águas Claras a Samambaia.

Povo fala

“Eu acho que, se eles expandirem será preciso garantir a compra de mais trens, porque direto vemos o metrô parado, trem quebrado, etc. É difícil se passar uma semana sem que isso aconteça. Se expandir sem comprar mais trens, vai ficar tudo mais lotado e mais caótico” Katia Silva, 52 anos, desempregada, moradora de Samambaia

“Eu estou me mudando para Brasília e estou com dificuldade de achar lugar para morar, porque não tem metrô perto dos lugares que gostei. Para melhorar de verdade, precisaria ter metrô em Valparaíso, Sobradinho, Riacho Fundo, Recanto das Emas” Amilton Cardoso, 62 anos, aposentado, morador de Lavras (MG)

“Pego o metrô uma vez por semana para Águas Claras. Para chegar até a estação, pego um ônibus. Eu acredito que, com a expansão, vai melhorar o fluxo e os ônibus ficarão mais vazios, portanto, mais confortáveis” Paloma Danielle, 25 anos, estudante, moradora de Samambaia

“Eu pego metrô e conheço muita gente que também pega. A expansão com as novas estações será benéfica também para o trânsito de Brasília, que precisa de um reforço para desafogar” Luciano da Silva, policial militar, 49 anos, morador de Samambaia

“Creio que, com a expansão e a compra dos novos trens, os vagões ficarão mais vazios. Vai facilitar o meu dia a dia, ficará mais fácil não chegar atrasado. Acredito que o tempo de espera vai diminuir também” Everaldo Lucas, 61 anos, militar, morador do Guará

Trem Luziânia-Brasília em ritmo acelerado

Está prevista para o fim do mês de agosto a realização de audiência pública para debater o projeto de transporte ferroviário entre Luziânia e Brasília. Segundo o Ministério dos Transportes, este será o primeiro dos seis projetos previstos no Plano Nacional de Ferrovias a entrar em fase de audiência pública. A pauta foi tratada na última segunda-feira em reunião no Ministério dos Transportes, articulada pelo secretário do Entorno do Distrito Federal, Pábio Mossoró, que representou o governo de Goiás.

A proposta prevê um trajeto de cerca de 58km, com partida em cidades como Jardim Ingá, em Luziânia, e destino final na Rodoferroviária de Brasília. A velocidade deve ser de 60km/h e estão previstas seis paradas, incluindo Valparaíso. A estimativa é que o percurso leve cerca de uma hora, com tarifa acessível, que deve ser de R$ 5,50. A chegada será na Rodoferroviária de Brasília. Será implementado um sistema de carrossel, com ida e volta contínua com trens em revezamento.  

Será formalizado um plano técnico de trabalho conjunto entre o governo de Goiás, o Governo do Distrito Federal e a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário. O objetivo é revisar os estudos já contratados pela Infra S.A., identificar eventuais ajustes e organizar, de forma integrada, as etapas que antecedem a implantação do projeto. 

“Essa é uma demanda antiga da população do Entorno. O governo de Goiás está dando todo suporte para a efetivação dessa proposta. Estamos tratando com seriedade um projeto que pode oferecer uma alternativa viável, segura e acessível para milhares de trabalhadores que precisam se deslocar todos os dias até Brasília”, afirmou o secretário Pábio Mossoró.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/07/7190054-avancam-as-obras-do-metro-em-samambaia-com-a-expansao-da-linha-1.html

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