Como alunos de faculdade de tecnologia de ponta criaram app que será usado para os trens de SP

Estadão – Trinta e dois alunos do 3º ano de Engenharia de Computação da Faculdade Inteli desenvolveram o novo aplicativo da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), cuja versão final foi apresentada no dia último 26. A estatal fará a integração do novo app ao próprio sistema e deve disponibilizar o download para os usuários ao fim deste ano.

Ao longo de dez semanas, os universitários desenvolveram o aplicativo do zero. Eles melhoraram as ferramentas que já existiam no app antigo e desenvolveram novas funções, como mapas interativos, acompanhamento em tempo real dos trens, os serviços disponíveis nos arredores das estações (como caixa eletrônico ou Poupatempo), registro de ocorrências, disponibilidade no bicicletário e atendimento para pessoas com deficiência (PCD).

O projeto chegou para os estudantes como parte da grade curricular. Todo semestre os alunos prestam serviço para um cliente diferente – já trabalharam com grandes marcas como Volkswagen, Hospital Sírio Libanês e IBM, por exemplo. Esses projetos estão integrados às aulas.

A CPTM entrou no momento em que os estudantes precisavam construir um aplicativo “hiperescalável”, ou seja, que fosse utilizado por muitas pessoas. Diariamente, passam cerca de 2 milhões de pessoas pelas linhas de trem na Grande São Paulo.

“A CPTM veio com um problema para gente: de que o atual aplicativo não é tão bom, não aguenta várias pessoas utilizando, não tem tantas funcionalidades interessantes”, conta José Alencar, um dos alunos que desenvolveram o app.

“E aí a ideia seria remodelar, criar um aplicativo novo do zero para qualquer pessoa que usa o serviço da CPTM”, acrescenta ele, de 21 anos.

A criação da plataforma foi feita por duas vias, com o desenho do escopo pela equipe técnica da CPTM e o desenvolvimento pelos estudantes. “Temos feito muito trabalho em conjunto com universidades”, diz Maicon Satiro, gerente de Gestão Estratégica Empresarial da CPTM.

“Porque entendemos (que há) um ganha-ganha importante. Para eles (os alunos), porque podem desenvolver projetos aplicados. E para nós, de se aproximar mais da universidade, trazer visão diferente também para os nossos serviços”, continua.

Cada grupo da turma ficou responsável pela criação de uma função do app – como a área de login e cadastro, o menu, as rotas para diferentes destinos, entre outros.

“Eles tentaram trazer o máximo de casos práticos possível para ficar mais tangível. Um exemplo: se tem um acidente na linha, precisa ter manutenção, passa a ter um pico de acesso, porque as pessoas querem saber como é que está funcionando. E (nesses momentos) o que acontecia é que o aplicativo parava, no momento mais essencial”, acrescenta o colega Fernando Vasconcellos.

Como maiores desafios, os alunos pontuam que foi a primeira vez que desenvolveram um aplicativo nativo para celulares e para um serviço que será utilizado por tantas pessoas.

“Como fornecer (os serviços) para 10 mil, 20 mil usuários simultâneos? Isso era totalmente novo. A gente estava acostumado com 100 usuários testando ao mesmo tempo e, às vezes, já tinha alguma dificuldade”, diz Vasconcellos.

O estudante também detalha algumas funções do novo app, como a de atendimento para PCD. “Hoje, a pessoa com deficiência vai na estação e precisa chamar um guia, que tem de achar alguém que possa conseguir levá-la até o trem. O trabalho demora”, conta ele, de 20 anos.

“Nossa ideia é que tenha um serviço que o usuário PCD só solicita pelo celular, a CPTM recebe essa notificação com o horário que ele vai, e aí já terá alguém esperando por ele”, continua.

“O usuário pode também relatar ocorrências. Por exemplo, a escada rolante não está funcionando, e consegue avisar também para o setor de administração da CPTM”, completa Alencar.

Segundo Satiro, uma das propostas é fazer o cálculo de rota mais rápida, a previsão de chegada do próximo trem e a reserva de vagas nos bicicletários.

Fonte: https://www.estadao.com.br/educacao/como-alunos-de-faculdade-de-tecnologia-de-ponta-criaram-app-que-sera-usado-para-os-trens-de-sp/

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