Valor Econômico – O desenvolvimento do setor ferroviário do país, nos próximos anos, deve ser feito por meio de parceria entre poder público e iniciativa privada, no entendimento de Davi Barreto, diretor-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). Ele fez a observação durante evento de logística na manhã desta quarta-feira (9).
O especialista comentou sobre a necessidade de impor um ritmo de crescimento no setor nos próximos anos. Ele pontuou que, no momento, um dos setores que mais crescem na economia é o agropecuário. Um maior fortalecimento do setor ferroviário, comentou ele, seria vantajoso para maior escoamento de produção agrícola do país.
“Mas enquanto o setor ferroviário cresce 2% ou 3% por ano, o agropecuário cresce a 5%, 6%, 7%”, comentou. “Precisamos apostar mais em transportes de alta capacidade, como ferrovias e hidrovias”, disse.
O executivo lembrou que, em modelos ferroviários passados, de negócios, a iniciativa privada era quem comandava o desenvolvimento e a expansão.
O especialista citou como exemplo uma ferrovia e grande porte que pode chegar a um custo de R$ 20 bilhões, com retorno apenas de cinco anos a dez anos para quem investiu.
Por isso, comentou que, em seu entendimento, a visão de investimento ferroviário “passa por uma visão de Estado e não de governo”. Isso também é compreendido no âmbito do Plano Nacional de Logística (PNL), instrumento do governo brasileiro para planejar a infraestrutura de transporte do país a longo prazo. “Daí precisamos de uma política pública que entenda seu papel de Estado com uma parceria com privado”, concluiu.
Ele deu as declarações durante o evento “Logística no Brasil”, série de debates promovido pelo Valor, com oferecimento da Infra S. A. e do Ministério dos Transportes. O tema da série de debates é a infraestrutura brasileira como vetor de desenvolvimento.
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