Mourão: investimentos externos são ‘bem-vindos’ se forem ‘capital de risco’ para estradas e ferrovias

O vice-presidente eleito general Hamilton Mourão afirmou
nesta quinta-feira (29) que, na avaliação do futuro governo, os investimentos
estrangeiros serão “muito bem-vindos” no Brasil a partir do ano que
vem desde que se trate de “capital de risco” para construção de estradas
e ferrovias. Mourão deu a declaração ao palestrar para empresários do setor da
construção civil, em Brasília.

Ele ponderou que, antes de se “abrir para o
mundo”, o governo de Jair Bolsonaro quer recuperar a economia brasileira.
Segundo o vice eleito, a futura gestão não quer obter “puro e
simples” empréstimos externos para a economia brasileira.

“A economia precisa primeiro se recuperar para depois
estar completamente aberta para o mundo. Os investimentos estrangeiros são
muito bem-vindos, mas desde que seja capital de risco, para construir estrada,
construir ferrovia”, declarou Mourão aos empresários.

“Não queremos empréstimo puro e simples. Porque esse
filme a gente já viu e sabe que não dá certo”, complementou.

Em outro trecho da palestra, o general defendeu o processo de
privatizações prometido durante a campanha eleitoral por Bolsonaro e pelo
futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com Mourão, o governo
federal tem que “privatizar aquilo que tiver que ser privatizado”.
Ele, no entanto, não chegou a detalhar quais são as empresas que deveriam ser
privatizadas.

Mais tarde, em uma entrevista coletiva, o general afirmou
que quem vai avaliar as estatais que podem vir a ser vendidas pelo governo
federal é o futuro ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit),
Freitas foi anunciado nesta quarta (28) para o comando do futuro ministério de
infraestrutura.

 

‘Dólar médio’

 

Questionado em meio ao evento sobre os planos do novo
governo para o setor de infraestrutura, Mourão disse que talvez fosse o caso de
estudar um “dólar médio” para compensar o impacto da flutuação da
moeda norte-americana nos custos do setor da construção.

O general afirmou que o governo tem que oferecer
“garantia contratual” e “garantia jurídica” para que as
empresas tenham interesse em participar das licitações e que uma possibilidade
seria o “dólar médio”.

“Talvez fosse o caso de se estudar um dólar médio.
[…] Se isso subir, tem que ser compensado pelo governo. Se descer, a empresa
está com seu lucro mais assegurado ainda. Então, são essas as ideias que estão
norteando o nosso planejamento”, ponderou o vice eleito.

Ao final do evento, em conversa com jornalistas, Mourão
explicou que o objetivo desta eventual adoção de um “dólar médio”
seria evitar prejuízos às empresas em razão da flutuação da moeda dos Estados
Unidos no Brasil.

“O dólar flutua demais. Vamos dizer que o dólar seja
estabelecido em R$ 3,50. Esse é o parâmetro na construção. Se subir para R$
3,70, aí entra o parceiro público, o governo, para compensar a empresa, o
prejuízo disso”, sugeriu Mourão.

Segundo ele, essa eventual medida valeria para o setor de
construção, para a realização de obras.

“Se você vai chamar um parceiro privado, ele tem que ter
alguma garantia, porque ele vai entrar no capital de risco, de alto
risco”, enfatizou.

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