Governo pretende instalar portas de plataformas no Metrô com sobras de empréstimo

A gestão Alckmin quer utilizar um
saldo remanescente de um empréstimo da Linha 5-Lilás para instalar 88 fachadas
de portas de plataforma nas estações do Metrô até 2023. É o que consta de um
projeto de lei que o governo do estado publicou neste sábado no Diário Oficial
e revelado pelo site Diário do Transporte.

De acordo com o projeto de lei nº 82,
o governo relata ter um valor de US$ 111 milhões restantes (cerca de R$ 360 milhões)
de um financiamento que seria utilizado na Linha Lilás mas que, por conta, da
concessão do ramal não será usado – o escopo desses desembolsos agora faz parte
do trabalho da concessionária.

A ideia é remanejar esse valor para
dar início à instalação de portas de plataforma, também chamadas pela sigla
‘PSD’, em cerca de 30 a 40 estações das linhas 1, 2 e 3. O projeto, que ao todo
deve consumir R$ 455 milhões, levaria 56 meses para ser executado com previsão
de conclusão em 2023 desde que iniciado até o segundo semestre de 2018.

O governo não detalha que estações são
essas, porém, é de se supor por algumas declarações anteriores que se tratam
das paradas mais movimentadas e onde o uso de PSDs ajudaria não apenas na
segurança dos passageiros mas também na eficiência da operação já que elas
evitam atrasos nos embarques e desembarques.

Uma estação simples necessita de duas
fachadas, uma em cada plataforma, mas casos como Paraíso, certamente uma das
estações previstas nessa proposta, precisão de mais PSDs – nesse caso são
quatro conjuntos, assim como na Sé serão necessárias oito fachadas, por
exemplo.

 

Interferência até do vento

 

Instalar portas de plataforma em
linhas já em operação não é uma tarefa fácil. O próprio Metrô sentiu na pele
quando decidiu contratar o serviço para a estação Vila Matilde, da Linha 3. O
projeto acabou custando muito mais do que o previsto por questões variadas como
a dificuldade de reforçar a plataforma para receber o equipamento já que não há
uma base de concreto nessa estação e sim brita. As PSDs também sofrem
interferência do vento e precisam ser analisadas em túneis de vento em estações
na superfície a fim de suportarem rajadas que possam afetá-las.

A preocupação do governo tem a ver com
o aumento da demanda na rede metroviária com a ampliação das linhas 4, 5 e 15
que atrairão mais passageiros para o sistema. Em 2020, por exemplo, o Metrô
estima acrescentar quase 700 mil passageiro por dia útil o que deve ampliar
situações como dificuldades de organizar embarques, riscos para pessoas com
mobilidade reduzida, entradas indevidas nos túneis e até mesmo tentativas de
suicídio, atropelamentos e quedas acidentais nas vias, segundo o texto público
do Diário Oficial.

Casos como o da estação Conceição da
Linha 1-Azul, que por pouco não vitimou uma passageira, mostram que o uso das
PSDs é positivo, porém, seria hipocrisia crer que todo o sistema sobre trilhos
terá um dia esse equipamento. Além de caro e de funcionamento complexo, eles
amenizam problemas mas não podem evitar o mau uso em algumas situações como nas
cenas lamentáveis de foliões andando nas vias da Linha 4-Amarela durante o
Carnaval. Justamente o ramal que possui portas de plataforma em todas as oito
estações.

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